Marcelo pressiona Rio a aprovar o OE: “É esta a altura de provocar uma crise?”
O Presidente da República lembrou que, quando era líder da oposição “e por muito menos”, viabilizou três Orçamentos de António Guterres
O Presidente da República lembrou que, quando era líder da oposição “e por muito menos”, viabilizou três Orçamentos de António Guterres
Jornalista
Mais claro não podia ser: Marcelo Rebelo de Sousa não quer sequer pensar num cenário em que o Orçamento do Estado não seja aprovado. E mesmo admitindo que este “é um Governo de esquerda” e que os aliados naturais do PS são Bloco de Esquerda e PCP, o Presidente da República não espera outra coisa que não espírito de compromisso por parte de Rui Rio.
Em declarações aos jornalistas, o Chefe de Estado recordou que, enquanto “líder da oposição“, e “por muito menos” do que está agora em causa, ajudou a viabilizar três Orçamentos do Estado de António Guterres. E fê-lo, sublinhou Marcelo, com uma parte do partido em sublevação e perante a incompreensão de uma fatia do eleitorado tradicional do PSD. “Mas há limites”, apontou o Presidente da República, num claro recado à direção de Rui Rio.
Marcelo lembrou que o país enfrenta agora os efeitos de uma “grave pandemia”, que já se traduz numa crise económica e social que tem tudo para piorar antes de melhorar. Além disso, está em vésperas de receber milhares de milhões de euros de fundos europeus e de assumir a presidência da União Europeia.
“Para mim é óbvio que o Orçamento tem de ser aprovado. Nem me passa pela cabeça outra coisa. É esta a altura de provocar uma crise!? Que diabo!", desabafou Marcelo.
Repetindo que o “mais natural” é ser a esquerda a aprovar este Orçamento, o Presidente reforçou o recado: na ausência de um acordo entre a 'geringonça', “tenho a certeza que a oposição pensará o que eu pensei”.
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