Após uma reunião com a direção da CGTP_IN esta quinta-feira, em Lisboa, João Ferreira decidiu arrancar com as ações no terreno rumo às eleições presidenciais de janeiro no Porto, tendo por mote o direito constitucional à Habitação e a realidade vivida pelos residentes na cidade. A visita à Invicta terá início pelas 11h30 no centro histórico do Porto, no Mercado de São Sebastião, na Sé, seguindo-se um percurso pela rua Escura, rua da Banharia e rua dos Mercadores até à conhecida fonte do Cubo, na Ribeira, onde o candidato do PCP irá pronunciar-se sobre a inflação crescente da oferta de habitação no Porto.
De acordo com Jaime Toga, membro da Comissão Política do PCP e responsável pela Direção da Organização Regional do Porto (DORP), nesta ação o que pretende João Ferreira é verificar no local um conjunto de edifícios públicos, da autarquia ou propriedade do Estado, “devolutos ou em ruína”.
Jaime Toga refere que esta é umas das questões mais prementes na cidade, dado ser “cada vez mais difícil encontrar casa a preços comportáveis para muitos trabalhadores”, adiantando o dirigente comunista que os investimentos privados no imobiliário levaram a que “T0 de 45 metros quadrados cheguem ao mercado a € 240 mil”.
Presente na visita estará ainda a vereadora da CDU da Câmara do Porto, Ilda Figueiredo, que na última reunião de executivo municipal avançou com uma recomendação que defendia a inclusão de uma Carta Municipal de Habitação no novo Plano Diretor Municipal (PDM), proposta que mereceu a abstenção do grupo independente de Rui Moreira e do PSD.
Ilda Figueiredo defendeu na reunião de executivo que a habitação continua a ser um problema sério no Porto, em parte devido à política nacional de habitação, advogando que a existência de uma carta municipal de habitação serviria para “diagnosticar carências e novos locais para intervir”. O presidente da Câmara do Porto garantiu que não é pelo PDM a apresentar em breve que “não haverá uma política de habitação integrada”, mas defendeu que é preciso reivindicar mais envolvimento do Governo na questão da habitação.
Para o autarca da cidade onde 13% da população da cidade vive em habitação social, a transferência de imóveis do IRHU (Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana) para os municípios, no contexto da descentralização em curso, “é uma bomba-relógio”, se não for acompanhada de cheque respetivo para requalificação de edifícios para habitação, “muitas vezes em prédios degradados ou em que metade dos apartamentos foi vendida a privados, em que não existem instrumentos públicos de intervenção legalizados de momento”.
À tarde, João Ferreira irá saudar os participantes na manifestação da CGTP-IN, que irá acontecer na Avenida dos Aliados.
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