Política

Marisa Matias: “Sou candidata para fazer a campanha contra o medo”

Marisa Matias: “Sou candidata para fazer a campanha contra o medo”
JOSÉ COELHO/LUSA

Eurodeputada falou pela primeira vez da recandidatura a Belém a partir no Largo do Carmo, em Lisboa."Sem medo e com muitos abraços, vamos avançar", afirmou Marisa Matias. Na plateia teve dezenas de profissionais que estiveram na linha da frente do combate à Covid-19

Marisa Matias: “Sou candidata para fazer a campanha contra o medo”

Liliana Coelho

Jornalista

Marisa Matias anunciou oficialmente esta quarta-feira a sua candidatura a Belém. Um discurso que não esqueceu o atual contexto de pandemia e que teve vários alvos. Entre eles, o principal adversário, Marcelo Rebelo de Sousa. "Sou a candidata para fazer a campanha contra o medo. Venho a esta campanha para mostrar que não pode haver medo", declarou a eurodeputada a partir do Largo do Carmo, perante uma plateia de profissionais de vários ramos que estiveram na linha da frente no combate à Covid-19.

"O medo é o que nos destrói, o que torna um país pequeno e submisso, o que provoca divisões, racismo, ódio e perseguições. O medo divide, a República une", acrescentou.

Antes de explicar as razões da sua candidatura, a eurodeputada assumiu-se "socialista, laica e republicana". "O país ouve falar todos os dias de pandemia e o sobressalto em que vivemos, mas fala-se cada vez menos de quem luta nos hospitais e centros de Saúde, no rastreamento e prevenção para salvar vidas e permitir a abertura de escolas e para proteger os idosos nos lares", disse.

Antecipando a crise decorrente da pandemia, Marisa Matias defendeu que o país precisa de uma política socialista para o "pleno emprego, fim da precariedade e respeito pelos salários e pelas pensões". A eurodeputada considerou ainda que não terá o "voto dos mandatários das fortunas”, referindo-se indiretamente ao Presidente da República, mas sim dos "jovens trabalhadores" que irão sofrer ainda mais com esta crise.

Embora reconheça sintonia em alguns temas – como os sem-abrigo e os cuidadores informais – a eurodeputada realçou a discordância face a Marcelo em "questões essenciais". "Ele quer um regime político assente em mais do mesmo, eu quero um regime que responda à pandemia social e acabe com os privilégios", disse.

Afirmando que as suas bandeiras são a "liberdade" e a "igualdade", Marisa Matias sustentou que a República deve ser uma terra de "mulheres, homens, crianças e adultos, emigrantes e emigrados, brancos e negros sem discriminações, nem intolerância e sem perseguições". Uma mensagem, agora, dirigida a André Ventura.

Por fim, Marisa assegurou que não será candidata por "jogos políticos", "ajustes partidários" ou "necessidade de palco", uma mensagem que poderá ter também Ana Gomes como destinatária. "Gosto do que faço, cumpro o mandato para que fui eleita e vivo feliz com o meu contributo", assegurou.

A eurodeputada volta a candidatar-se à Presidência da República, a seis meses do fim do mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, depois de ter entrado na corrida eleitoral em 2016. A candidata apoiada pelo BE alcançou há quatro anos o terceiro lugar no pódio, com 10,12% dos votos, alcançando um resultado histórico para o partido naquelas eleições.

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