Política

PCP: críticas à Festa do “Avante!” são “uma das mais obscuras campanhas antidemocráticas das últimas décadas”

PCP: críticas à Festa do “Avante!” são “uma das mais obscuras campanhas antidemocráticas das últimas décadas”
Ana Baião

Última edição do órgão oficial do partido garante que pandemia é só um pretexto para os ataques. Uma “gigantesca operação reacionária”

Em véspera de realização da mais aguardada Festa do “Avante!” dos últimos anos, o PCP dispara contra a direita, setores do PS e comunicação social pelo que descreve como “uma das mais obscuras campanhas antidemocráticas das últimas décadas” e garante: o facto de a sua rentrée acontecer este ano é, em si, um “êxito político”.

Os comunistas têm argumentado que os ataques de que estão a ser alvo por planear realizar a festa - primeiro com uma lotação de 33 mil pessoas e depois, por imposição da Direção Geral de Saúde, de cerca de 16 mil - são, na verdade, uma forma de atacar o partido e uma campanha orquestrada para prejudicar o PCP. E no editorial do jornal do “Avante!” desta quinta-feira, a última edição a sair antes do início da festa marcada para 4,5 e 6 de setembro, é precisamente esta a tese que defendem.

“Com a aproximação da Festa do Avante!, que resistindo à campanha contra ela orquestrada, amanhã tem início, as correias de transmissão do grande capital redobram esforços para atacar aquela que nos próximos três dias de novo se vai confirmar como a maior iniciativa político-cultural que se realiza no País”, garante o órgão oficial do PCP. E aponta culpados: “Do PSD ao CDS, do Iniciativa Liberal ao Chega ou mesmo a sectores do PS foi sob uma das mais obscuras campanhas antidemocráticas das últimas décadas – com particular expressão nos principais órgãos da comunicação social – que a Festa do Avante! foi preparada”.

As críticas de que tem sido o alvo inserem-se, para o PCP, num ataque mais genérico à festa enquanto um dos grandes momentos de afirmação política do partido. Por isso, no mesmo texto, os comunistas argumentam que “os grandes interesses económicos dominantes sempre tentaram”, desde 1976, impedir a realização do evento, tendo agora encontrado na pandemia um pretexto e “aproveitando-se do vírus para pôr em causa os direitos políticos, sindicais e sociais”.

Em resumo, para o PCP, uma “gigantesca operação reaccionária” que visa, sobretudo, atacar o partido e “abrir caminho à limitação do exercício de direitos e liberdades dos trabalhadores e do povo, designadamente o direito de resistirem à liquidação dos seus direitos” - algo que, defendem os comunistas, já tinha acontecido quando CGTP e PCP foram atacados por organizarem a habitual comemoração do 1º de Maio na Alameda.

A conclusão - que, para o partido, se torna “particularmente evidente” através do “ataque à Festa” - é que “é preciso dar mais força ao PCP”. Seja na campanha nacional de recolha de fundos que está a decorrer, na criação de novas células do partido ou na preparação dos próximos momentos políticos relevantes: o congresso de novembro e as eleições presidenciais de janeiro.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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