Política

Marcelo critica DGS por não se saberem as regras para a Festa do Avante

Marcelo critica DGS por não se saberem as regras para a Festa do Avante
ANTÓNIO COTRIM/LUSA

A cinco dias da Festa do Avante, o Presidente da República critica a Direção-Geral da Saúde por não se conhecerem "as regras do jogo" sobre como vão ser implementadas as medidas de segurança de saúde na festa do PCP

Marcelo critica DGS por não se saberem as regras para a Festa do Avante

Hugo Franco

Jornalista

Marcelo Rebelo de Sousa lembra que a cinco dias da Festa do Avante "não se conhece a posição das autoridades sanitárias sobre as regras que entendem que devem presidir à [sua] realização". Isto é, "não há conhecimento atempado, não há clareza, pois para haver clareza é preciso saber quais são as regras. E não se pode saber que há respeito pelo princípio de igualdade em relação ao que vai acontecer."

O Presidente da República conclui: "Acho que isto não é bom. Não é bom para o Estado. No fundo a DGS significa Estado. É uma Direção-Geral enquadrada no Estado." Além disso esta indefinição de regras "não é bom para quem organiza". E "não é bom em geral para a credibilidade que é fundamental neste momento. Estamos no meio de uma pandemia. Ultimamente os valores têm subido um bocado. Mais do que noutras ocasiões, impunha-se que se soubessem as regras do jogo com clareza. E que se pudesse comparar com outras situações. Não é possível. E isso preocupa-me. Não é um bom augúrio a esta distância."

Marcelo, que falou aos jornalistas quando visitava as termas de Monchique, no Algarve, disse ainda que não esperava chegar a cinco dias da realização da Festa do Avante sem se saberem as regras do jogo.

O Presidente falou ainda sobre outros assuntos, como o do corredor aéreo do Governo britânico para o Algarve: "Não há neste momento circunstâncias que justifiquem uma inversão da última decisão, que tem dez dias, do Reino Unido em relação a Portugal." E acrescenta: "Não se pode dizer que o número de casos [positivos] no Algarve tenha peso significativo no número nacional."

Também aflorou alguns temas políticos do momento. Sobre as declarações do primeiro-ministro António Costa na entrevista ao Expresso - que pressionou os antigos parceiros da ‘geringonça’ para um acordo na aprovação do orçamento de Estado e que no dia em que a subsistência do Governo depender do PSD, este executivo acabou - Marcelo afirmou: "Cada um dos políticos tem a sua agenda mediática, a sua tática. O plano do Presidente é acima disso. E como o Presidente tem a faca e o queijo na mão, crise que envolva dissolução não haverá. Isso depende do Presidente, não depende de mais ninguém."

O Presidente da República não quis falar ainda sobre a sua recandidatura a Belém, nem sobre a opinião de António Costa que consideraria "dramático" se Marcelo não se recandidatasse. Aos jornalistas, Marcelo deu a entender que até outubro não avançaria com essa recandidatura, uma vez que as eleições presidenciais só se realizam em janeiro do próximo ano e há uma pandemia pelo meio.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: HFranco@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate