O líder do CDS foi o primeiro dirigente partidário a reagir às declarações da ministra da Segurança Social que, em entrevista ao Expresso, assumiu não ter lido o relatório da Ordem dos Médicos sobre as mortes de idosos num lar de Reguengos. Ana Mendes Godinho relativizou a gravidade do surto ocorrido naquele lar alentejano, sublinhando que "em proporção" com o verificado noutros países o impacto da covid-19 foi menor em Portugal: atingiu 3% das residencias de terceira idade e 0,5% dos utentes, segundo a ministra.
"Classifiquei aquela aviltante tragédia como um crime humanitário e um doloroso exemplo da decadência moral do Estado", lembra Francisco Rodrigues dos Santos, em declarações ao Expresso. Já as palavras da ministra na entrevista, segundo o líder centrista, "para além de exporem a sua total inabilidade para o cargo e espelharem uma negligência arrepiante" constituem "afirmações que parecem retiradas de um filme de terror".
"Portugal não tem uma ministra da Solidariedade Social. Tem uma ministra da Insensibilidade Social", afirma, lembrando que "40% das mortes por Covid em Portugal ocorreram em lares". "A ministra, não só faz vista grossa das estatísticas, como prova que não aprendeu nada com gestão da pandemia. Nos lares, continua a faltar o básico, que o CDS exigiu ao Governo há 5 meses: planos de contingência, com regras claras, procedimentos de actuação definidos, e fiscalização por parte da tutela", afirma o líder do CDS.
Francisco Rodrigues dos Santos lamenta ainda que depois de ter sido tornado publico o relatório da Ordem dos Médicos que aponta várias negligências na assistencia aos idosos naquele lar, não haja " uma explicação, uma resposta, um estratégia, um plano, um pedido de desculpas".
"Para o CDS, a protecção dos nossos idosos é uma linha vermelha que não pode ser ultrapassada por nenhum Governo. O vírus é uma ameaça preocupante. Mas incompetência da ministra também", afirma o líder do CDS. O pedido de demissão de Ana Mendes Godinho é o passo seguinte. "A sua continuidade em funções é uma questão de saúde pública. Pedimos que se mantenha em férias e dê lugar a outro", conclui Francisco Rodrigues dos Santos.
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