"Como é possível?", questiona Ricardo Batista Leite no Twitter. O PSD recusou fazer qualquer comentário à entrevista da ministra do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, nesta edição do Expresso. E o próprio deputado encaminhou para o gabinete de imprensa do partido, a tarefa de dar uma declaração oficial sobre as declarações da ministra, que assumiu não ter lido o relatório da Ordem dos Médicos e se recusou a comentar o caso, por estar a decorrer uma investigação do Ministério Público.
Horas mais tarde, porém, Baptista Leite usou a sua contado Twitter para mostrar a sua indignação. "Desvaloriza o problema, diz que não leu o relatório da auditoria (devastadora) sobre as mortes no lar de Reguengos de Monsaraz e afirma que não é nada com o seu Ministério", escreve o deputado social democrata, resumindo o conteúdo da entrevista.
"Os mais velhos não podem ser vítimas dos jogos e irresponsabilidade do Governo", conclui o deputado, que é médico e responsável pela área da Saúde na bancada social-democrata.
No início da semana, o mesmo deputado dizia ao Expresso que se a ministra da Saúde não apresentasse argumentos para se evitar outro caso como o de Reguengos, o PSD admitia usar "os mecanismos" ao seu dispor para o fazer. Ricardo Baptista Leite, não compreendia como, depois de conhecido o relatório do inquérito da Ordem dos Médicos, o Governo ainda não tivesse falado.
"É fundamental uma reacção do Governo, que não ouvimos, sobre as conclusões que foram retiradas" do relatório. Para o PSD, "o primeiro-ministro tem de chamar as ministras [da Saúde e da Segurança Social] a pronunciarem-se sobre isto", contudo, até agora, diz, há incongruências dentro do próprio Governo, uma vez que a Direcção-Geral da Saúde remete para a Segurança Social, que tutela os lares, e deste ministério "não houve qualquer reacção audível", dizia ao Expresso, salientando o silêncio de Ana Mendes Godinho nestas semanas. Qu foi quebrado este sábado. O líder do CDS já pediu a demissão da ministra.
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