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Política

Debates quinzenais. A história dos dias em que os que governam perderam o brilho

Debates quinzenais. A história dos dias em que os que governam perderam o brilho
ana baião

Desde 2008, os debates quinzenais foram terreno duro para chefes de Governo. Sobretudo quando o ciclo mudou

Debates quinzenais. A história dos dias em que os que governam perderam o brilho

David Dinis

Diretor-adjunto

“Santana e Seguro irritam Sócrates.” A 9 de janeiro de 2008, a Assembleia da República abria um novo ciclo: pela primeira vez um primeiro-ministro sujeitava-se a debates quinzenais com a oposição, debates que José Sócrates não queria e tentou condicionar até ao fim. Mas Sócrates cedeu. E no dia seguinte ao primeiro debate, era aquele o título e destaque do “Diário de Notícias”: uma irritação, um “debate animado” pelo novo modelo, a pretexto do recuo do Governo PS na promessa de referendar o Tratado de Lisboa. “Naquele que foi o primeiro debate quinzenal”, relatava o jornal, “Sócrates teve menos espaço para brilhar, obrigado a responder taco a taco às perguntas da oposição”. Nesse dia foi Santana quem brilhou, questionando Sócrates se outros líderes europeus o tinham pressionado a evitar a consulta. Ficaria claro que sim.

Sócrates voltou a ser encostado no segundo debate, porque tinha acabado de substituir um ministro: Correia de Campos claudicava na Saúde, depois de muitos protestos pelo encerramento de centros de saúde. As eleições estavam a ano e meio de distância e o recuo era a única saída possível: o Governo “é sensível” aos protestos. “Direita fala de inflexão, esquerda de teimosia”, titulava o “Jornal de Notícias”. E outra vez encostado no terceiro debate (“oposição ataca sistema de avaliação dos professores”, destacava o “Público”).

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