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O Chega conseguiu evitar o “estigma” do extremismo

O Chega conseguiu evitar o “estigma” do extremismo
Ana Baião

O crescimento do partido de Ventura deve-se ao aproveitamento de um espaço que foi criado à direita, dizem os investigadores

Beneficiar de uma imagem “menos estigmatizada” e de uma “maior visibilidade” na comunicação social são as chaves do crescimento do Chega, que, em menos de um ano, conseguiu eleger um deputado no Parlamento e continua a subir nas sondagens.

“Um dos principais fatores é o facto de o partido ter emergido a partir de cisões internas do principal partido de centro-direita, ganhando em visibilidade e credibilidade. O facto de os seus representantes mais visíveis terem ligações prévias à direita tradicional — e não tanto à extrema-direita — é naturalmente importante na criação de um escudo contra o estigma resultante de extremismos”, explica Mariana Mendes, coautora do primeiro artigo sobre o Chega divulgado numa revista de ciência política internacional.

Sob o título “Explicando o surgimento da direita radical em Espanha e Portugal”, o artigo publicado na revista “West European Politics” refere que à semelhança do Vox em Espanha, o partido liderado por André Ventura conseguiu implantar-se em Portugal aproveitando um espaço no espectro da direita e conquistando os eleitores descontentes. Sem o rótulo inicial de extrema-direita, ambos os partidos foram classificados apenas como populistas. Esse fator explica, em parte, a emergência tardia da direita radical na Península Ibérica.

Também Riccardo Marchi, autor do primeiro livro sobre o Chega, “A Nova Direita Antissistema — O Caso do Chega”, lançado esta quinta-feira, considera que este posicionamento ajudou a catapultar o partido. “A estratégia discursiva de André Ventura demonstra que conhece bem os mecanismos da política-espetáculo e do espaço que precisa de conquistar na comunicação social. Por isso faz questão de alimentar polémicas”, diz ao Expresso o investigador das direitas radicais em Portugal.

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