Política

Augusto Santos Silva diz que Portugal passou de bom aluno a protagonista da União Europeia

Augusto Santos Silva diz que Portugal passou de bom aluno a protagonista da União Europeia
MIGUEL A. LOPES/LUSA

O Ministro dos Negócios Estrangeiros afirma que a política externa portuguesa é pragmática e não ideológica. Como António Costa, o chefe da diplomacia nacional, confesso “racionalista cartesiano”, defende que o país se posiciona na Europa, não por construir linhas vermelhas, mas por abrir vias verdes e fazer pontes

Augusto Santos Silva diz que Portugal passou de bom aluno a protagonista da União Europeia

Isabel Paulo

Jornalista

A menos de seis meses do país assumir, pela quarta vez, a presidência do Conselho da União Europeia, o ministro dos Negócios Estrangeiros afiança que o papel de Portugal na construção europeia “já não é o de bom aluno”, mas “sim o de protagonista”. Não de primeira linha, porque advoga que “não há protagonistas de primeira ou de segunda linha”, pois tudo depende das áreas.

Em entrevista à TSF, esta sexta-feira, Augusto Santos Silva sustenta que, se o assunto for o alargamento da UE aos Balcãs, Portugal não estará numa primeira linha, como a Croácia, a Eslovénia ou a Alemanha: “Estamos na linha da frente quando se trata de Schengen ou da Zona Euro, das ligações com a América Latina, da política europeia de segurança, das migrações ou questões humanitárias”. Na relação com África, o ministro garante mesmo que Portugal “é um dos protagonistas principais”.

Na política externa portuguesa, para Santos Silva é claro que há outras duas prioridades: “o multilateralismo e a internacionalização, não só da economia, como do sistema de ensino superior e de ciência, como da cultura e da nossa língua”. No dia em que falou do seu novo livro - 'Evoluir: Novos Contributos para a Política Europeia e Externa de Portugal' -, o titular da pasta diplomática admitiu que as paixões também jogam na política externa, apesar de reconhecer que, no seu caso, sendo um “racionalista cartesiano”, procura que não sejam “um elemento essencial”. Embora admita exceções, por exemplo na ligação ao Brasil, onde, além de interesses, há emoção e afetividade.

No livro, Augusto Santos Silva ressalva como principais ameaças à existência física e social dos tempos que correm “o terrorismo, o colapso de Estados na vizinhança e as alterações climáticas” .

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