Costa, Sánchez, Marcelo e rei reabrem fronteiras
Líderes dos dois países da Península Ibérica tentam mostrar uma reabertura coordenada depois de tempos de tensão
Líderes dos dois países da Península Ibérica tentam mostrar uma reabertura coordenada depois de tempos de tensão
Diretor-adjunto
Jornalista
A reabertura das fronteiras entre Portugal e Espanha, no dia 1 de julho, terá honras de Estado. Entre Caia e Badajoz estarão o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o rei Felipe VI de Espanha, mas também os dois chefes de Governo, António Costa e Pedro Sánchez. Os líderes dos dois países tentam mostrar uma reabertura coordenada, como foi a decisão de fecho em março. A tensão sobre a data de reabertura foi ultrapassada.
O encerramento da fronteira na Península Ibérica foi um passo coordenado entre Costa e Sánchez quando a pandemia atingiu em cheio Madrid. O caso foi amplamente elogiado na Europa, porque ocorreu quando vários países anunciavam fechos unilaterais. E correu bem até há cerca de um mês, quando Sánchez anunciou que a 15 de julho seria dada luz verde a quem quisesse entrar em Espanha, respeitando uma quarentena obrigatória de 15 dias. Mas a decisão não foi coordenada com Portugal, que logo se apressou a fechar um acordo diferente com França: abrir portas aos portugueses em julho, sem quarentena.
Demorou poucos dias até que Espanha recuasse: 1 de julho, sem condições.
Até há pouco tempo havia no Executivo português quem manifestasse dúvidas sobre as vantagens de deixar entrar turistas vindos de Espanha, sabendo que o país vizinho é na Europa um dos mais afetados pelo surto. Aliás, nas negociações bilaterais em curso Portugal deu prioridade a países que têm situações mais estáveis — mostrando consciência coletiva dos riscos de transmissão da doença, como os países nórdicos.
O Governo tem procurado garantir nas negociações em curso que Portugal é um destino seguro. “Para a retoma do turismo intraeuropeu será necessário que estejam claramente definidas as regras de segurança aplicáveis, o que Portugal já fez; e que existam medidas de controlo sanitário, que passam, entre outros aspetos, pela garantia de que os sistemas de saúde têm capacidade de resposta, o que Portugal manifestamente tem”, explicou há duas semanas o Ministério dos Negócios Estrangeiros ao Expresso.
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