Política

PSD recusa negociar com Costa Silva. “Parece-me que não vai ser ministro”, diz Rio

1 junho 2020 12:42

fernando veludo/lusa

Rui Rio contraria colega de bancada Isabel Meirelles e garante que o PSD só aceita negociar com Costa Silva "se vier a ser ministro"

1 junho 2020 12:42

O líder do PSD admite que o primeiro-ministro pode escolher quem entender para conselheiro económico, referindo-se a António Costa Silva, mas assegura que o partido só aceitará negociar qualquer plano com ministros. Uma garantia que contraria as declarações recentes de Isabel Meireles, que disse em nome do partido, no sábado, que o PSD enquanto "oposição responsável e colaborante" estaria disponível para "colaborar com quem o primeiro-ministro aceitar".

"Não tenho rigorosamente nada contra, nem a favor, que o Governo ausculte quem quer que seja ou encomende o trabalho que entender a quem quer que seja. O PSD não tem rigorosamente nada a ver com isso, desde que depois no momento em que se for conversar sobre essas formas o interlocutor do Governo sejam os ministros", disse Rui Rio aos jornalistas à margem de uma visita ao Colégio Nossa Senhora da Esperança, no Porto.

Para o líder social-democrata, não haverá problema se o gestor da Partex se sentar à mesa das negociações a acompanhar o Governo, no entanto, terão que ser os governantes a gerir a discussão. "Isso nós não iríamos aceitar, agora ele pode estar presentes nas reuniões. Não tenha nada contra. Se vier a ser ministro, sim, mas parece-me que não vai ser ministro do quanto eu percebi das declarações da pessoa", insistiu.

Rui Rio sublinhou ainda que o PSD irá apresentar esta semana as ideias do partido relativamente à recuperação económica, assente mais na atividade privada e no investimento privado, do que propriamente em mais Estado, mais impostos e despesa pública.

Sobre a hipótese de o plano do Governo optar por mais Estado na Economia, o líder do PSD disse ficar "admirado" com essa possibilidade, alegando que o que o país precisa "é menos Estado no nosso dia a dia e na nossa vida".

Questionado sobre até quando o PSD está disponível para cooperar com o Governo, Rio reitera que em tudo aquilo que é relativo ao combate à pandemia, o partido estará "do lado da solução" e terá uma "grande elasticidade" para apoiar aquilo que o Governo entende como necessário. Contudo, à medida que o país vai regressando à normalidade, o PSD continuará na oposição a fazer "críticas construtivas" e a apontar caminhos alternativos.

"Há muita forma de fazer oposição, a minha não é de estar permanentemente no bota abaixo e dizer mal de tudo. No auge da crise, o esforço é muito mais de fazer equipa para combater o vírus do que estar muito preocupado sobre as coisas não estiveram muito bem", concluiu.