O deputado do Chega, André Ventura, vai deixar o seu espaço de comentário desportivo na CMTV, assim como a coluna que assinava no jornal "Correio da Manhã". A notícia foi avançada pela Visão e entretanto confirmada pelo Expresso por Octávio Ribeiro, diretor geral editorial do grupo Cofina.
"Foi uma decisão editorial. Acho que enquanto comentador fez a sua parte e foi sempre muito fiel ao projeto. Mas considero que recentemente foram ultrapassadas algumas linhas vermelhas e também já era altura de repensar os painéis", diz Octávio Ribeiro.
Garantindo que não está em causa qualquer tipo de censura, o diretor geral editorial da CMTV e do CM recusa adiantar quais os motivos específicos que levaram ao afastamento do líder do Chega da estação, mas deixa nas entrelinhas o que terá motivado a dispensa. "Eu nem sequer leio os artigos de opinião antes de saírem. Não se trata de censura, mas chegou uma altura em que considerámos que as suas posições colocavam em causa direitos previstos na Constituição, como o direito à vida e a igualdade dos cidadãos perante a lei", justifica.
Ainda de acordo com Octávio Ribeiro, Ventura reagiu de forma "muito civilizada" à decisão que foi tomada nos últimos dias pela direção e que foi comunicada ao deputado pelo diretor-executivo. Ao Expresso, André Ventura admite que gostou de colaborar com o grupo, recusando-se a fazer mais comentários. "Saí a bem, é o que importa", afirma.
Embora a direção da CMTV e do CM recuse especificar as situações que conduziram à dispensa de André Ventura, fontes contactadas pelo Expresso dizem que a gota de água foi a proposta de confinamento para ciganos apresentada pelo deputado do Chega e que foi alvo de várias críticas por parte de Ricardo Quaresma nas redes sociais, assim como por várias associações e grupos parlamentares.
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