Política

Marques Mendes achou que Costa tinha tirado o tapete a Ana Gomes. Mas isso fê-la avançar

O comentador da SIC tinha afastado a possibilidade de uma candidatura de Ana Gomes, depois de António Costa declarar apoio a um segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa. Minutos depois, na SIC Notícias, a comentadora considerava muito grave a atuação do primeiro ministro. "É tão grave que eu tenho que reflectir se sou candidata"

Marques Mendes achou que Costa tinha tirado o tapete a Ana Gomes. Mas isso fê-la avançar

João Miguel Salvador

Coordenador digital

Marques Mendes achou que Costa tinha tirado o tapete a Ana Gomes. Mas isso fê-la avançar

Rui Tentúgal

Jornalista

No seu habitual espaço de comentário dominical, no Jornal da Noite da SIC, Marques Mendes viu uma vitória para o primeiro-ministro. "O que fica para o futuro é que ele conseguiu o que queria," disse. E o que ele queria era dar o seu apoio pessoal ao Presidente, matar a ideia de qualquer candidato presidencial da área do PS — como era o caso de Ana Gomes — e reduzir ao mínimo qualquer tensão no PS em torno da questão presidencial. "Até porque não haverá Congresso para discutir Presidenciais."

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Mas o panorama mudou em minutos, com a intervenção de Ana Gomes na SIC Notícias. Foi um verdadeiro volte-face. Depois de ouvir António Costa declarar apoio a uma recandidatura a Marcelo, Ana Gomes disse ao Expresso que não ia ser candidata, mas cinco dias passados deu meia-volta na decisão e reabriu o cenário.

"Eu disse que não sou candidata, mas neste momento todos os democratas têm que refletir", afirmou Ana Gomes este domingo na SIC Notícias relativamente a uma potencial candidatura a Belém. "Admito refletir", reafirmou, "eu e outras pessoas".

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Classificando o episódio de "lamentável, deprimente mesmo" ("nunca se viu o lançamento da recandidatura do PR ser anunciado numa fábrica por alguém que não estava sequer na qualidade de dirigente partidário, mas na de PM" e “depois de o PR ter acabado de se ingerir de forma bastante criticável nos assuntos do Governo"), a ex-diplomata mostrou preocupação com que vê as próximas presidenciais.

"Isto de facto mudou muita coisa. Vem dar muita preocupação a toda a gente, aos democratas do nosso país em particular. É grave e faz-nos refletir. O candidato do regime (Marcelo) vai polarizar a sociedade e isso vai facilitar a vida dos extremos e num momento em que temos aí a extrema direita organizada. É tão grave que eu tenho que relectir se sou candidata".

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