Política

PAN pede audição urgente a Carlos Costa e ao presidente do Novo Banco

Carlos Costa foi chamado ao Parlamento com caráter de urgência pelo Bloco de Esquerda
Carlos Costa foi chamado ao Parlamento com caráter de urgência pelo Bloco de Esquerda
Tiago Miranda

Face às recentes polémicas com o Novo Banco, o PAN exige esclarecimentos sobre as medidas de supervisão que estão em curso e as contas da instituição bancária que registou prejuízos de €1.059 milhões em 2019

PAN pede audição urgente a Carlos Costa e ao presidente do Novo Banco

Liliana Coelho

Jornalista

O PAN solicitou com "caráter de urgência" audições ao governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e ao presidente do Novo Banco, António Ramalho, devido às notícias sobre a instituição, que registou prejuízos de €1.059 milhões em 2019.

O partido entende que são essenciais esclarecimentos sobre as medidas de supervisão que estão em curso e as contas do Novo Banco, na sequência das polémicas recentes. Em causa está o facto de o Ministério das Finanças ter injetado mais 850 milhões de euros no Novo Banco, depois de o primeiro-ministro ter garantido na semana passada, no Parlamento, que não haveria qualquer transferência antes de ser conhecido o resultado da auditoria e de o banco querer pagar dois milhões de euros em prémios aos seus administradores executivos.

“O mais grave em toda esta operação é que o Governo, mesmo num contexto de crise [pandémica] continue a colocar os buracos do Novo Banco e os interesses da banca à frente da melhoria das condições de vida dos cidadãos, sector este que continua a passar impune pelos intervalos da chuva”, afirma o porta-voz e deputado do PAN, André Silva, em comunicado.

Em declarações ao Expresso, André Silva já tinha criticado esta terça-feira aquela que considera ser uma "crise artificial" criada face à alegada falha de comunicação entre António Costa e Mário Centeno. Para o deputado do PAN, o ministro das Finanças ganhou o "álibi" que há meses procurava para poder sair do Ministério das Finanças e assumir o cargo de Governador do Banco de Portugal, enquanto o primeiro-ministro com esta polémica conseguiu ocultar o "grave impacto" que a transferência para o Novo Banco terá na sustentabilidade financeira do nosso país, agravado pela pandemia.

Recorde-se que o PAN apresentou um projeto de lei que visa impedir que os cargos na administração do Banco de Portugal sejam ocupados por membros de órgãos de soberania e que exista um período de nojo de cinco anos para quem tenha ocupado cargos na banca comercial, no Governo e nas consultoras que colaboram com o regulador.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: lpcoelho@expresso.impresa.pt

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