BE apresenta plano para saúde já de olho no orçamento suplementar
Mais contratações, articulação com lares e horários alargados. Catarina Martins reuniu-se com especialistas em saúde para desenhar pacote de propostas
Mais contratações, articulação com lares e horários alargados. Catarina Martins reuniu-se com especialistas em saúde para desenhar pacote de propostas
Jornalista
A manhã desta terça-feira de Catarina Martins foi passada em reunião com especialistas em saúde para definir as próximas medidas do Bloco de Esquerda nesta área. E dali saíram ideias que passam por mais contratações, uma nova articulação com os lares e uma maior autonomia para os hospitais - e que podem ter já no orçamento suplementar um primeiro pontapé de saída.
Em conferência de imprensa, a coordenadora bloquista apresentou as medidas que constam do “manifesto pela Saúde” do Bloco, a começar por uma exigência de “reforço do Orçamento do SNS” a constar já deste orçamento extraordinário - a apresentar em junho - e também no próximo Orçamento do Estado. Dentro desse reforço, há reivindicações bastante mais específicas, como a contratação definitiva dos 2300 profissionais chamados a ajudar temporariamente e a contratação dos 8400 que já estavam previstos no atual OE.
Os bloquistas acreditam que será preciso “recuperar a atividade programada e as listas de espera” dentro do SNS, tendo em conta, por um lado, que a pandemia não será “um surto curto no tempo” e por outro que o SNS não pode ser “descapitalizado”: “Seria um erro que o orçamento suplementar fosse entregue aos privados”.
Ainda nesta linha, o partido propõe não só que seja criada uma rede dedicada à covid-19, com circuitos próprios, e uma ampliação dos horários de atendimento, como que se dê início uma revisão da lei da saúde pública - embora essa seja uma discussão a agendar para mais tarde e em sede parlamentar.
Outras reivindicações têm a ver com implementações de leis que já existem, como a lei de bases da saúde - o Bloco quer que se ponha em marcha a questão da exclusividade das carreiras no SNS. O partido tinha proposto que se começasse por aplicar aos cargos diretivos e que isto implicasse um aumento de 40% no salário, de forma a segurar os profissionais e que estes não tenham necessidade de trabalhar no privado para complementar o seu salário.
Atendendo a que um dos focos mais problemáticos do atual surto tem sido o impacto do mesmo nos lares de idosos, o BE reclama ainda que haja uma maior articulação entre estes e os centros de saúde (que devem contar com mais meios de análise e diagnóstico).
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