BE insiste em obrigar injeções do Novo Banco a passarem no Parlamento

Bloquistas criticam Centeno. Em entrevista à TSF, Catarina Martins disse ver uma "tentação" do PS para dialogar à direita
Bloquistas criticam Centeno. Em entrevista à TSF, Catarina Martins disse ver uma "tentação" do PS para dialogar à direita
Jornalista
"Acho preocupante que o ministro das Finanças faça uma coisa dessas sem o primeiro-ministro saber". Foi assim que Catarina Martins respondeu, em entrevista à TSF, à notícia de que o ministério de Mário Centeno fez mesmo mais uma transferência de 850 milhões de euros destinados ao Novo Banco - uma injeção de que o primeiro-ministro não estava a par, e que tinha prometido publicamente que não aconteceria.
É por causa desta polémica que o Bloco de Esquerda vai voltar a apresentar a proposta com que já tinha avançado no Orçamento do Estado: qualquer nova injeção de dinheiro na instituição deve ser previamente aprovada pelo Parlamento. Na rádio, a coordenadora bloquista justificou defendeu que é "inadmissível sob todos os pontos de vista" que a transferência aconteça sem se conhecerem os resultados da auditoria à gestão do banco, e desafiou o PSD a acompanhar este projeto.
Apesar de se ter esforçado para se desviar das perguntas sobre o futuro de Mário Centeno - no Governo ou no Banco de Portugal -, Catarina Martins admitiu que seria "muito melhor saber a breve trecho" qual o destino do ministro, mas apenas para que os partidos se possam "debruçar sobre a estratégia do país". Até porque o Bloco entende que "tem faltado uma estratégia para o dia seguinte" na ação do Governo: é preciso "ter a certeza de que as medidas do momento servem para o dia seguinte".
Para o Bloco, uma estratégia destas passaria por tomar medidas para segurar o emprego, como a proibição dos despedimentos, ou a requisição dos privados para assegurar uma resposta na Saúde.
O problema é que o partido vê "alguma tentação" do PS para se entender com o PSD e constata que o Governo está agora "muito interessado em dialogar com a direita" - e avisa: "Não será por falta de disponibilidade" do BE que isso acontecerá. Apenas por "vontade" dos socialistas haverá um orçamento suplementar ou uma estratégia futura virada à direita, fazem os bloquistas questão de frisar.
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