Política

Marcelo apoia Governo mas admite "tomar a iniciativa" se medidas "reforçadas" forem "imprescindíveis"

Marcelo apoia Governo mas admite "tomar a iniciativa" se medidas "reforçadas" forem "imprescindíveis"
ESTELA SILVA

O surto pode ser "mais grave e duradouro" e "o desafio é duplo: de saúde pública e económico e social", alerta o Presidente da República numa nota publicada na sua página oficial. Ao lado do Governo, Marcelo apoia as medidas anunciadas, sauda os partidos, pede disciplina aos portugueses e diz que "promulgará ou tomará a iniciativa" se se revelar "imprescindível" ir mais longe

Marcelo apoia Governo mas admite "tomar a iniciativa" se medidas "reforçadas" forem "imprescindíveis"

Ângela Silva

Jornalista

Marcelo Rebelo de Sousa apoia as medidas anunciada pelo Governo na quinta-feira à noite mas admite que venham a tornar-se "imprescindíveis" medidas "reforçadas" e não afasta vir a "tomar a iniciativa".

A acompanhar "a par e passo" o evoluir da epidemia do Covid19 e em estreita articulação com o Governo, o Presidente da República, que continua em quarentena na sua casa de Cascais, publicou uma nota na sua página oficial a alertar que "a situação pode ser mais grave e duradoura" do que se pensava e a lembrar que o problema "é duplo" - "de saúde pública e económico e social".

"O Presidente da República, que tem acompanhado o processo a par e passo, apoia a decisão do Governo, saúda o sentido de Estado dos partidos e parceiros sociais, e promulgará ou tomará a iniciativa quanto a todas as medidas que for entendido serem imprescindíveis perante a gravidade da situação", lê-se na nota. Onde Marcelo sublinha terem sido tomadas pelo Executivo "as medidas que entendeu estritamente necessárias e suficientes para esta fase da situação vivida em Portugal, na saúde, como na economia, no emprego e nos rendimentos", mas admite que seja preciso ir mais longe.

O Governo "deixou também claro que, se mais medidas forem exigidas para salvaguardar os Portugueses, não deixará de as tomar. E, de facto, se a situação o impuser, essas medidas mais reforçadas deverão ser mesmo tomadas", avisa o Presidente, alertando para o facto de se saber hoje que o surto de Covid19 "pode ser mais intenso e duradouro do que a própria Organização Mundial de Saúde pensava".

"Na Europa, os dados recentes revelam não se confirmar que o pico foi atingido e que a desaceleração do processo já se tenha iniciado", acrescenta Marcelo, que apela "ao esforço de todos e de cada um", um esforço que "terá de ser maior".

O Presidente "pede aos portugueses que continuem mobilizados mas serenos, preocupados mas disciplinados, percebendo que só com paciência e contensão, cumprindo as medidas tomadas, evitando situações de risco e ficando em casa sempre que possível, pensando nos mais vulneráveis, sobretudo nestas próximas semanas, será possível criar condições para moderar e depois travar a pandemia e tratar, em unidades de saúde e em casa". E agradece "ao pessoal de saúde, todo ele, a dedicação sem limites, que tem votado, semana após semana, e estende esse agradecimento aos muitos outros profissionais que já exprimiram a sua disponibilidade para colaborarem na missão comum".

Preocupado com o impacto económico desta crise, Marcelo Rebelo de Sousa alerta que é preciso "ir cuidando, ao mesmo tempo, dos efeitos económicos e sociais, por forma a limitar a quebra no crescimento, no emprego e nos rendimentos das famílias, agora e nos tempos vizinhos. Isto, porque nos encontramos perante um duplo desafio: de saúde pública e económico e social".

Com uma palavra de "solidariedade aos compatriotas internados - alguns dos quais conheceu nas últimas semanas -, tratados em casa, em vigilância ou em quarentena, como ele próprio se encontra por entendimento das autoridades sanitárias", Marcelo termina com uma palavra de confiança no país que "já enfrentou ao longo da sua História, desafios de saúde pública mais graves do que este", bem como "desafios financeiros, económicos e sociais ainda mais intensos à sua existência como Nação independente e soberana, e ultrapassou todos eles".

"Assim será, também, desta vez", espera o Presidente.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: AVSilva@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate