Política

À boleia do Covid-19, PS pede “sentido de compromisso” e “cooperação” aos partidos

À boleia do Covid-19, PS pede “sentido de compromisso” e “cooperação” aos partidos
Alberto Frias

Apelo já vem do arranque da legislatura, mas crise do coronavírus é pretexto para exigir responsabilidade aos partidos, assim como um “uso ponderado da palavra”

É um recado que chega à boleia da crise provocada pelo Covid-19... mas já vem de trás. Na edição desta quarta-feira do "Jornal de Notícias", o PS, pela pena do secretário-geral adjunto, José Luís Carneiro, aproveita para deixar uma série de avisos aos restantes partidos, garantindo que o momento exige uma dose extra de "sentido de responsabilidade".

É uma necessidade evidenciada pelo aparecimento do vírus, mas pela qual o PS já puxa pelo menos desde a aprovação do programa de Governo, escreve o número dois de Costa na hierarquia do PS. Por essa altura, "já havia um quadro geopolítico mundial que apelava aos sentidos de compromisso e de responsabilidade das forças políticas e sociais" - e mais concretamente as que "têm representação parlamentar".

Os motivos para esse quadro exigido aos partidos passavam por cenários tão diferentes como a decisão do Brexit e os desafios impostos pelas alterações climáticas, argumenta o socialista. No entanto, o presente momento coloca "aos atores políticos nacionais" um "sentido de compromisso e de cooperação muito exigentes", assim como um "uso ponderado da palavra", frisa.

A narrativa não surge agora: desde o arranque desta legislatura, com a 'geringonça' enterrada e o Governo a precisar de negociar uma série de pastas caso a caso para conseguir aprovações no Parlamento, que os socialistas têm insistido no apelo à "responsabilidade" (a líder parlamentar, Ana Catarina Mendes, chegou a concluir, com o chumbo de nomes propostos - mas não negociados - pelo PS para órgãos como o Tribunal Constitucional e o Conselho Económico e Social, que os outros partidos estariam a bloquear o funcionamento das instituições).

Se os restantes partidos, antigos parceiros incluídos, falam num sentimento de "autossuficiência" ou até de "arrogância" do PS, os socialistas insistem com um alerta reforçado: perante uma crise nova, cujas consequências económicas e portanto políticas são imprevisíveis, contam com o sentido de "cooperação" dos restantes partidos.

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