“É importante haver o mais possível a coesão da equipa e não propriamente modificações nessa equipa, num momento em que ainda não se sabe” como a situação evoluirá, disse esta quinta-feira Marcelo Rebelo de Sousa, referindo-se a quem neste momento trabalha “24 horas” por dia para responder à situação provocada pelo coronavírus. “É um desgaste”, começou por sublinhar o Chefe de Estado, mas “alterações” não serão o mais desejável.
No dia em que foi noticiada a saída de funções do responsável da linha SNS24, Marcelo Rebelo de Sousa declinou, no entanto, “comentar situações concretas”. E nada acrescentou quando questionado pelos jornalistas sobre a decisão do Governo.
O conselho de administração dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), que gere a linha SNS 24, deixou esta quinta-feira de exercer funções. Ao Observador, o presidente, Henrique Martins, contou que a saída lhe foi comunicada quarta-feira à noite pelo secretário de Estado da Saúde, sem mais explicações.
Ao Expresso, o Ministério da Saúde adiantou que o responsável "não foi afastado", tendo saído apenas porque "acabou a comissão de serviço". Para o lugar foi agora chamado o ex-secretário de Estado da Modernização Administrativa, Luís Goes Pinheiro.
À saída do hospital Curry Cabral, em Lisboa, onde falou com três dos nove portugueses infetados com coronavírus, o Presidente sublinhou que “até agora - para os desafios que tivemos - houve uma capacidade de resposta bastante suficiente e positiva”. “Espero que continue assim”, acrescentou.
A visita ao hospital não constava na agenda oficial do Presidente da República. “Foi uma ideia de última hora”, explicou Marcelo, que, em função da sua disponibilidade, diz ter querido “aproveitar uma oportunidade que não podia perder”.
Quanto aos três doentes, que visitou “da forma viável”, vendo-os “através de um ecrã” e conversando com qualquer deles com recurso “a um intercomunicador”, o Presidente adiantou ter encontrado todos “fisicamente bem e sem sintomas, bem dispostos e bem também psicologicamente”.
Sobre a maior contenção revelada na forma como foi cumprimentando esta tarde, Marcelo Rebelo de Sousa brincou: “Depois de saber que o primeiro-ministro foi muito contido nos cumprimentos da manhã, eu não podia ser radical nos meus cumprimentos”.
“Eu sinto quando as pessoas sentem que é importante respeitar esse distanciamento”, atendendo ao momento atual, o que “significa conter o meu estilo extrovertido de cumprimentar as pessoas”, concluiu Marcelo.
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