
O OE para 2021 tem de dar esse sinal. Almirantes e generais surpreendidos com resposta do PR
O OE para 2021 tem de dar esse sinal. Almirantes e generais surpreendidos com resposta do PR
Jornalista
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Os generais e almirantes na reforma, do Grupo de Reflexão Estratégica Independente (GREI), que no fim de janeiro entregaram uma carta de oito páginas ao Presidente da República a denunciar a situação de “pré-falência” das Forças Armadas, ficaram “surpreendidos” por Marcelo Rebelo de Sousa lhes ter respondido. “Só o facto de o ter feito marca uma posição clara”, diz um dos oficiais-generais. As opiniões ouvidas pelo Expresso junto de vários membros do GREI — alguns deles antigos chefes de Estado-Maior — são no sentido de compreenderem as limitações do comandante supremo. “Dentro das circunstâncias, o Presidente disse o que podia dizer. Entendemos que não podia ir mais além.” Outro militar afirma ter sido “bom” que Marcelo reconhecesse as razões das antigas chefias, “mas quem tem de resolver os problemas é o Governo”. Só uma das fontes contactadas pelo Expresso diz não ter ficado satisfeita, porque Marcelo “sabe muito”. Nas entrelinhas: foi hábil na resposta para não comprometer o Governo.
Na verdade, Marcelo Rebelo de Sousa deu um ano de tréguas ao ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, e viu com bons olhos a criação de uma Secretaria de Estado dos Recursos Humanos para atacar um dos problemas mais graves das Forças Armadas: a falta de efetivos. O Presidente tem aceitado os argumentos do ministro, sobretudo os que têm a ver com a necessidade de recuperar dos atrasos de outros governos, e deu-lhe tempo. No entanto, sabe o Expresso, Marcelo quer que as Forças Armadas sejam uma prioridade para o ano — e tem essa expectativa. No primeiro OE do novo Executivo, Marcelo aceitou que as emergências fossem outras, com a Saúde no topo da agenda. Mas o Presidente quer muita atenção ao sector militar já no próximo Orçamento. O Governo ainda não se pronunciou sobre as críticas dos generais. António Costa almoçou ontem com as chefias militares em São Bento, depois de assinar um protocolo entre a tropa e as Forças de Segurança, mas não se pronunciou sobre a crise denunciada pelas altas patentes na reforma.
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