Política

Parlamento ‘chumba’ Vitalino Canas e António Clemente Lima para TC e Correia de Campos no CES

Vitalino Canas, em abril de 2019
Vitalino Canas, em abril de 2019
Anadolu Agency

Nomes precisavam de dois terços dos votos dos deputados, mas não foram desta vez alvo de negociação entre PS e PSD

A Assembleia da República 'chumbou' esta sexta-feira Vitalino Canas e António Clemente Lima para juízes do Tribunal Constitucional (TC) e voltou a rejeitar reconduzir o ex-ministro Correia de Campos para presidir ao Conselho Económico e Social (CES).

Face à atual configuração do Parlamento, a aprovação dos nomes implicava um consenso entre o PS e o PSD, mas desta vez não houve negociação entre os dois maiores partidos. Os nomes são eleitos por voto secreto, votando cada deputado de forma individual - PSD e CDS já anunciaram que será concedida liberdade de voto.

Vitalino Canas, em particular, recebeu críticas quer à esquerda quer à direita. Fonte oficial da direção do PSD avisou na segunda-feira que a bancada laranja não está “confortável” com o nome do ex-deputado, mas figuras históricas do PS, como Manuel Alegre, Ana Gomes e Henrique Neto, também criticaram a proposta do partido.

Fonte do gabinete do presidente da Assembleia da República adiantou que também não foram eleitos os vogais para o Conselho Superior da Magistratura.

A votação mais baixa foi a dos candidatos a juízes do TC, que, em lista conjunta, tiveram o voto favorável de apenas 93 dos 219 deputados votantes (42%), muito longe da maioria de dois terços exigida para a sua eleição (146).

Numa eleição em que PSD, BE e Iniciativa Liberal já tinham manifestado reservas públicas quanto ao nome do ex-porta voz do PS Vitalino Canas, os candidatos tiveram 96 votos em branco e 30 nulos.

Apesar de os dois nomes terem sido indicados pelo PS, nem sequer fizeram o pleno da totalidade da bancada socialista, que tem 108 deputados.

O antigo ministro da Saúde António Correia de Campos, também indicado pelo PS, falhou pela segunda vez a recondução como presidente do CES: depois de em dezembro ter recolhido 125 votos favoráveis de 209 votantes, hoje apenas teve 110 'sim' em 219 votantes (82 brancos e 27 nulos), também muito distante dos necessários dois terços.

Em 2016, na primeira vez que foi proposto para presidir ao CES, Correia de Campos só à segunda tentativa conseguiu alcançar os dois terços necessários dos votos.

A lista conjunta do PS e PSD para o Conselho Superior da Magistratura, que já tinha falhado a eleição em dezembro, voltou a não reunir os apoios necessários.

Dos 219 votantes, 138 disseram 'sim' (eram necessários 146 para formar dois terços dos presentes), 63 votaram em branco e 18 nulo.

Assim, não foram eleitos Vítor Manuel Pereira de Faria, José António de Melo Pinto Ribeiro, António Barradas Leitão, Licínio Lopes Martins, António Vieira Cura, Inês Ferreira Leite e André Filipe de Oliveira Miranda.

Notícia atualizada às 15h02

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