Política

André Ventura avisa que recorrerá para plenário se Ferro Rodrigues travar discussão sobre castração química

André Ventura avisa que recorrerá para plenário se Ferro Rodrigues travar discussão sobre castração química
Ana Baião

O deputado único do Chega considera que, se o presidente da Assembleia da República retirar o projeto de lei do Chega da ordem do dia de sexta-feira, estará a abrir um “precedente gravíssimo”

André Ventura avisa que recorrerá para plenário se Ferro Rodrigues travar discussão sobre castração química

Liliana Coelho

Jornalista

O líder do Chega garante que recorrerá para plenário se o presidente da Assembleia da República impedir que o projeto de lei do Chega, que propõe o agravamento de penas para os crimes de abuso sexual menores e uma pena acessória de castração química, seja debatido em plenário na próxima sexta-feira.

“Lamento muito se nunca aconteceu, mas se o doutor Ferro Rodrigues retirar da ordem do dia o projeto da castração química, recorreremos para o plenário e vamos fazer com que os deputados tomem uma posição. É isso que vamos fazer”, declarou André Ventura aos jornalistas no final da Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

Considerando que nenhum partido quer ficar com o “ónus” de travar a discussão do projeto de lei do Chega, por isso os deputados decidiram esta quarta-feira remeter a decisão para o presidente da Assembleia da República, Ventura acusa, contudo, o PS de ter “pressionado” Ferro Rodrigues para não permitir que o diploma chegue ao plenário.

De acordo com o líder do Chega, recorrer da eventual decisão do presidente da Assembleia da República de retirar a discussão da agenda sobre o diploma que prevê a castração química para pedófilos “poderá abrir um precedente”. “Mas será igualmente grave abrir um precedente numa matéria como esta, ou seja em que passa a existir aqui uma espécie de decisão arbitrária que não deixará as propostas de ir para à frente”, acrescentou, considerando que, a confirmar-se essa decisão, estará aberto um “precedente gravíssimo na nossa democracia.”

Admitindo que existiram outras matérias que levantaram “dúvidas legítimas” do ponto de vista constitucional como a eutanásia, Ventura condena aquilo que considera serem “jogadas nos bastidores” do Parlamento.

“Que país é este que permite que as dúvidas sobre a eutanásia sejam desconsideradas, as dúvidas sobre os juízes para a violência doméstica sejam desconsideradas, mas as dúvidas sobre a castração química não permitem que o processo vá a à discussão?, questionou” A primeira Comissão, sublinha o deputado do Chega, “não é um Tribunal Constitucional”. “O Parlamento não é um Tribunal Constitucional.”

Esta quarta-feira, os deputados da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias insistiram que o projeto de lei do Chega suscita dúvidas do ponto de vista constitucional, mas defenderam que cabe ao Presidente da Assembleia da República decidir se o diploma deve ou não subir a plenário.

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