O Governo está "preocupado" com a possibilidade de os partidos aprovarem no Parlamento a descida do IVA da luz e tem de equacionar "as condições que tem para governar". Quem o diz é Pedro Nuno Santos, ministro das Infra-estruturas e Habitação, que coloca em cima da mesa, em entrevista à SIC Notícias, no programa "Negócios da Semana", a mensagem do Governo: "O PS não está disponível para governar em qualquer cenário, temos um dever de responsabilidade para com o povo português", disse.
Para o socialista, a medida que a oposição admite aprovar, de passar o IVA da eletricidade para a taxa mínima, teria um "impacto brutal" ou um impacto "tremendo" nas contas públicas, estimando o Governo que possa situar-se entre 700 e 800 milhões de euros, e, por isso, se for aprovada com uma coligação entre esquerda e direita, o Governo tem de decidir o que fazer.
"Em cada momento temos de fazer um juízo e uma avaliação das condições que temos para governar, não podemos fazer de conta que é possível corresponder às necessidades que o país tem e no final termos um exercício equilibrado e depois termos de cumprir medidas que vão ter um impacto tremendo nas contas públicas", disse referindo-se à medida. "Tenho consciência da dificuldade que será gerir um orçamento - e dificuldade é pouco - que tenha um peso tão grande e que desequilibre de tal forma as contas", referiu.
Na entrevista, Pedro Nuno Santos apontou ainda a mira ao discurso do PSD dizendo que o surpreendeu a proposta dos sociais-democratas, sendo este "outro PSD" que não aquele que defende que o país tenha de respeitar as regras europeias. "O PSD tem responsabilidades a não ser que o PSD tenha desistido", acrescentou.
Para o socialista, a proposta dos sociais-democratas que apresenta compensações - o PSD apresentou duas, uma com compensações e outra sem - não é suficiente, porque isso significa que o PSD quer cortar nos "consumos intermédios" e isso significa cortes na saúde e educação para pagar a descida do IVA.
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