Política

Próximo presidente do CDS poderá reintegrar funcionária que se queixou de bullying laboral

Próximo presidente do CDS poderá reintegrar funcionária que se queixou de bullying laboral
D.R.

Reintegração de Alexandra Uva, cujo processo já chegou a tribunal, está em cima da mesa. Trabalhadora alega que há dois meses não lhe é atribuída qualquer tarefa na sede do Caldas

O CDS poderá reintegrar uma funcionária que impugnou o seu despedimento por extinção do posto de trabalho, alegando estar a ser alvo de bullying laboral. A hipótese foi avançada pelo secretário-geral do partido, Pedro Morais Soares, após uma audiência na quarta-feira no Tribunal do Trabalho de Lisboa, e confirmada ao Expresso pelo advogado de Alexandra Uva.

“O partido tinha de se ajustar a uma nova realidade. Houve e há possibilidade de entendimento”, disse o secretário-geral ao “Correio da Manhã”. Já Francisco Luís Duarte, que representa a trabalhadora, confirma que esta hipótese está em cima da mesa, mas só quando a nova direção for eleita e entrar em funções (o congresso que decidirá o sucessor de Assunção Cristas acontece já este fim de semana, em Aveiro). Caso esse acordo não seja alcançado, o processo seguirá os trâmites normais e chegará a julgamento no dia 18 de março.

Em causa está o caso de Alexandra Uva, uma funcionária do CDS que trabalhava há mais de 10 anos na sede do partido, no Largo Adelino Amaro da Costa, em Lisboa, e que foi despedida no final de outubro.

Na altura, como o Expresso noticiou, a ex-funcionária alegava ter sido vítima de bullying, lamentando que o processo tenha sido mal gerido e que tenha sido colocada à parte nos últimos tempos. De acordo com Alexandra Uva, não lhe davam tarefas no partido na última fase apesar de estarem em curso muitos preparativos para o Congresso deste fim de semana em Aveiro. “Há dois meses que não tenho uma única coisa para fazer. Transmiti ao secretário-geral que iria processá-lo por bullying laboral e ele respondeu-me 'porquê, se não há nada para fazer?'”, relatava, na altura, ao Expresso, queixando-se ainda de ter visto a sua categoria profissional alterada - de assessora para secretária - sem o seu consentimento.

A redução da subvenção estatal na sequência do escasso resultado eleitoral nas legislativas – com a eleição de apenas cinco deputados centristas – levou o CDS a rever a sua situação financeira. Até aqui, havia ainda mais dois casos de trabalhadores em situação igual à de Alexandra Uva, ou seja, em processos de extinção do posto de trabalho, dos quais a direção do partido terá desistido.

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