Exclusivo

Política

O dia de reflexão das eleições morre com o caso “Governo Sombra”? Órgãos de comunicação social admitem mudar comportamento de “amnésia”

Painel do "Governo Sombra": João Miguel Tavares, Ricardo Araujo Pereira, Pedro Mexia e Carlos Vaz Marques
Painel do "Governo Sombra": João Miguel Tavares, Ricardo Araujo Pereira, Pedro Mexia e Carlos Vaz Marques
TIAGO MIRANDA

Ministério Público arquivou queixa sobre programa emitido em 2017 que comentou as autárquicas na véspera da eleição. Impresa (Expresso e SIC), TVI, Público e Observador admitem que nada será como antes - “a lei está morta”, diz mesmo o diretor do Público. Constitucionalista e deputado do PS Pedro Bacelar Vasconcelos não descarta que a comissão de assuntos constitucionais do Parlamento ou um dos grupos parlamentares proponha uma alteração às leis eleitorais

O dia de reflexão das eleições morre com o caso “Governo Sombra”? Órgãos de comunicação social admitem mudar comportamento de “amnésia”

João Pedro Barros

Editor Online

Final da tarde do dia 30 de setembro de 2017, sábado, véspera de eleições autárquicas. Em pleno Teatro São Carlos, em Lisboa, numa emissão especial do “Governo Sombra”, o painel do programa contraria um estatuto quase “religioso” – expressão de Pedro Mexia – imposto pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e discute assuntos relacionados com o ato eleitoral.

A aparente ousadia – tomada “de forma deliberada”, como admite o moderador Carlos Vaz Marques em declarações ao Expresso – valeu uma denúncia da CNE por alegada violação da Lei Eleitoral dos Órgãos das Autarquias Locais. O Ministério Público (MP) decidiu arquivar o inquérito por considerar que o que deve ser punido é a “promoção de candidaturas”, o que implica uma “atuação direcionada” ao “enaltecer”, “distinguir” ou elogiar” – e, no programa, foram “produzidos comentários depreciativos relativamente aos vários partidos”.

Contactado pelo Expresso, o porta-voz da CNE, João Tiago Machado, diz que a prática da instituição é não comentar decisões dos tribunais, mas foi um pouco mais longe quando questionado sobre a possibilidade de impugnar a decisão do MP. “A nossa prática é não recorrer das decisões dos tribunais”, refere ao Expresso. E o que fará a CNE se nos próximos dias de reflexão algum órgão de comunicação social publicar ou emitir notícias, comentários ou opinião?

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: jpbarros@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate