Política

Rio tem “ambição de ganhar” câmara de Lisboa. E quer diretas “limpas” no PSD

Rio tem “ambição de ganhar” câmara de Lisboa. E quer diretas “limpas” no PSD
TIAGO MIRANDA

Rio não quer outro "terramoto" nas próximas autárquicas e define meta em Lisboa. Oposição ao seu estilo, "construtivo", e abertura do partido à sociedade são objetivos. Antes de tudo isso, um recado sobre as eleições de sábado: para a Madeira

Rio tem “ambição de ganhar” câmara de Lisboa. E quer diretas “limpas” no PSD

Tiago Miranda

Fotojornalista

A quatro dias de ir a votos no PSD, para Rui Rio é altura de estabelecer metas - para dentro e para fora. Na penúltima sessão de esclarecimento sobre a sua moção de estratégia, em Lisboa, o atual presidente do PSD estabeleceu uma série de objetivos que quer cumprir caso se mantenha líder - os bons resultados nas autárquicas, particularmente em Lisboa - e lançou uma farpa direta aos adversários da corrida interna no PSD e ao PSD-Madeira.

A implantação autárquica do partido, em forte queda, é uma das principais preocupações e por isso um dos problemas que Rio quer atacar primeiro. Nas palavras do próprio líder, os resultados de 2013, que foram um “vendaval”, e de 2017, que mereceram a categorização de “terramoto”, são irrepetíveis - se não forem invertidos, o PSD “pode deixar de ser um partido de grande relevo autárquico”.

Por isso, lembrando que a implantação no terreno se faz com representação autárquica e não com grandes resultados nas legislativas (que perdeu), faz, antes de mais, uma gestão de expectativas: “Temos, mais do que presidentes de câmara, de eleger vereadores”. Depois, avança com um remate mais ambicioso: o PSD tem “a ambição de ganhar” a Câmara de Lisboa. Um cenário bem diferente, portanto, do que aconteceu em 2017, com a candidatura de Teresa Leal Coelho que obteve apenas 11, 2% dos votos. Desta vez, atirou Rio, não se pode “escolher o amigo ou a amiga” como cabeça de lista. Foi o primeiro recado que mereceu aplausos entusiásticos da plateia de militantes lisboetas que o ouvia.

Os outros objetivos estratégicos de Rio, que se concentrou mais, nesta sessão, em falar de política - as políticas que constam da moção foram deixadas para a abertura, feita por David Justino - passam pela abertura do partido à sociedade (com o Conselho Estratégico Nacional do partido a ser representado em todo o território, por núcleos temáticos) e a construção de uma oposição “credível e construtiva”. “Na vida pública estamos para construir, não para destruir. O povo não olha para isto como uma claque ou a massa associativa de um clube”.

À atenção da Madeira

A lógica também serve para as eleições internas do PSD, referiu Rio: por isso o vemos “muitas vezes calado”, para “não alimentar” guerras, explicou. Mas fê-lo imediatamente antes de lançar uma farpa direta aos adversários. É que, depois de enumerar as reformas estruturais que quer fazer (Justiça, sistema político, segurança social e descentralização), Rio ainda quis “fazer uns votos” dedicados às diretas do próximo sábado: “Que este ato seja democrático, limpo”.

Um recado particularmente significativo depois de, esta terça-feira, a comissão política do PSD-Madeira ter decidido que os militantes com quotas pagas - pelas regras novas, impostas por Rio, ou não - poderão votar nas eleições internas, o que alarga o universo de votantes da ilha de 104 para 2500 militantes. Rio explicitou assim o aviso: "Agora estas regras têm de ser iguais para todos, no continente e nas regiões autónomas".

As regras para pagamento de quotas foram apertadas pela sua direção, lembrou o presidente do PSD, lamentando no entanto que isto não tenha “resolvido completamente o problema”. Mas as regras devem ser respeitadas por todos, “principalmente aqueles que citam Sá Carneiro em cada esquina”. Foi o pretexto para mais um aplauso vigoroso da plateia.

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