Política

Azeredo Lopes interrogado a 3 de fevereiro sobre Tancos

10 dezembro 2019 18:06

Hugo Franco

Hugo Franco

Jornalista

Ex-ministro da Defesa está acusado dos crimes de prevaricação e favorecimento pessoal. No total, 23 pessoas foram acusadas pelo Ministério Público

10 dezembro 2019 18:06

Hugo Franco

Hugo Franco

Jornalista

Azeredo Lopes vai ser ouvido sobre o caso de Tancos a 3 de fevereiro de 2020, avançou esta terça-feira à tarde a SIC Notícias, uma informação também já confirmada pelo Expresso. A audição da fase de instrução do processo ficou marcado para as 09h30. O ex-ministro da Defesa está acusado pelo Ministério Público dos crimes de prevaricação e favorecimento pessoal. Também Vasco Brazão, ex-coordenador de investigação criminal da PJM, já conhece a sua data de interrogatório: 10 de fevereiro.

De acordo com o despacho assinado pelo juiz Carlos Alexandre, os interrogatórios dos arguidos começam a 8 de janeiro, pela manhã, com a audição Valter Abreu (conhecido por Pisca e tio de Filipe Abreu, que trabalhava nos paiol, e terá sido ele que uma das cabeças por trás do assalto) e Jaime Oliveira (um amigo de Pisca, acusado de estar no grupo que fez o assalto). Ainda nesse primeiro dia de interrogatório será ouvido José Gonçalves (guarda acusado de fazer parte do grupo que fingiu a recuperação das armas).

Depois, a 9 de janeiro vão ser ouvidos José Costa (sargento-chefe do Exército, investigador da PJM), Nuno Reboleira ( coordenador do Laboratório de Polícia Técnico-Científica da PJM) e Luís Sequeira (chefe da Secção de Informações e Investigação Criminal da GNR do Algarve). A 13 é a vez Bruno Ataíde (ex-paraquedista do Regimento de Paraquedistas de Tancos) e a 14 vão ser interrogados Luís Vieira (ex-diretor da PJM) e Taciano Correira ( diretor da Investigação Criminal da GNR). Fernando dos Santos é chamado a 16 de janeiro e Hugo dos Santos a 20. João Paulino (apontado como cabecilha dos assaltantes) é ouvido a 22.

"O juiz quer ouvir o meu cliente apesar de ele não pedir para ser ouvido", diz ao Expresso o advogado de João Paulino, Carlos Menos Alves.

António Laranjinho (braço direito de Paulino) apresenta-se para interrogatório um dia depois de Azeredo Lopes, a 4 de fevereiro. Caetano Santos (chefe do NIC da GNR de Loulé) a 5 de fevereiro e João Pais (conhcido como Caveirinha e Gadelhas, é amigo de Paulino) a 6. Já Vasco Brazão (ex-coordenador de investigação criminal da PJM) é interrogado a 10 de fevereiro, no dia seguinte Pedro Marques (amigo de Paulino), e a 12 de fevereiro Filipe de Sousa (militar no paiol). A 13 é a vez de Gabriel Moreira.

Azeredo Lopes demitiu-se do cargo depois de o Expresso ter noticiado que foi informado da operação clandestina mas optou por desvalorizar o caso. Segundo o Ministério Público, o antigo ministro não deu conhecimento do achamento das armas na Chamusca, a 18 de Outubro de 2017, à Procuradoria-Geral da República (PGR) nem à PJ. A então procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, que tinha decidido atribuir a investigação do caso à PJ civil, só teve conhecimento da recuperação do material militar através do comunicado da Polícia Judiciária Militar.

O MP acusou 23 suspeitos de terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida. Nove dos 23 arguidos são acusados de planear e executar o furto e os restantes 14, entre eles Azeredo Lopes, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.