Política

PCP denuncia “retrocessos” do PS no Orçamento e “ofensiva reacionária”

PCP denuncia “retrocessos” do PS no Orçamento e “ofensiva reacionária”
ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Comité Central comunista marcou Congresso para novembro do próximo ano e assume papel de “força de oposição” ao Governo de António Costa. Direção do PCP faz questão de lembrar ao PS que é “minoritário” no Parlamento e que a sua “permanência em funções” governativas vai depender “da resposta que der à solução dos problemas do país”

Acabaram as tréguas do PCP ao Governo socialista. Na reunião do comité central do último domingo, os comunistas deixam claro que o atual quadro político "é distinto dos últimos anos" e dão sinais claros de insatisfação perante as primeiras iniciativas do Governo.

Desde logo, criticam a pressa com que o Executivo de António Costa arrancou a Legislatura. "Ao contrário do que sucedeu em 2015, em 2019 o Governo, num escasso espaço de tempo, tomou posse, apresentou o seu programa e entrou em funções". Depois, os motivos de preocupação dos comunistas crescem, primeiro com o teor do programa apresentado ao Parlamento e, depois, com o anúncio da intenção de fechar, em sede de Concertação Social, um acordo de rendimentos com alcance de médio prazo.

O programa do Governo de Costa "dá prioridade ao défice e à dívida, em prejuízo da Administração Publica e dos seus serviços" e "dá prioridade a visões assistencialistas em prejuízo de opções de justiça na distribuição da riqueza". Já a Concertação Social "trava o crescimento do rendimento das famílias e não responde à emergência nacional do aumento geral de salários".

O tom do comunicado final do comité central do PCP é por isso, cheio de expressões como "retrocessos", "constrangimentos" ou "decisões inaceitáveis". São estes os termos que servem para descrever o atual percurso do Governo socialista e das propostas que vão sendo divulgadas. Em tempo de discussão do Orçamento de Estado para 2020, o PCP considera mesmo importante a "denúncia das limitações e opções da política do Governo PS, bem como do confronto com a ofensiva reaccionária que procura encontrar espaço para os seus projectos antidemocráticos".

Os apelos à "importância da luta dos trabalhadores e do povo" e os apelos a uma "intensa intervenção" do PCP no próximo ano fazem também parte das conclusões da reunião da cúpula comunista. Já o Congresso que vai decidir sobre a manutenção ou saída do atual secretário geral ficou marcado para os dias 27, 28 e 29 de novembro de 2020.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: RLima@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate