Política

Manuel Monteiro volta ao CDS

Manuel Monteiro
Manuel Monteiro
Foto Ana Baião

Ficha de militante está entregue. É o fim de um afastamento de 16 anos

Foram meses de um suspense que terminou esta semana: o antigo presidente do CDS Manuel Monteiro entregou nova ficha de militante, confirmando assim um regresso ao partido há muito esperado.

Conforme avançou o Expresso na sua edição semanal, Monteiro - que não quis confirmar a informação - ainda não é oficialmente filiado, uma vez que o processo não está concluído e precisará de ser aprovado pela concelhia em que entregou a sua nova ficha. O documento deu entrada em Póvoa de Varzim, no mesmo dia em que Monteiro marcou presença numa conferência sobre o futuro da direita, ao lado de Pedro Santana Lopes, Jaime Nogueira Pinto e Francisco Rodrigues dos Santos, líder da Juventude Popular.

O regresso de Manuel Monteiro, que deixou o partido para criar o concorrente Nova Democracia, em 2003, era desejado por vários setores do partido, mas também visto por uma afronta pelos mais próximos do 'portismo'. Por isso mesmo, o timing escolhido - precisamente dias antes do início da campanha eleitoral - não deverá ser o preferido pela direção do partido. Foi aliás há um ano e meio que Assunção Cristas assumiu, em entrevista ao Expresso, que o regresso de Monteiro viria abrir "feridas" antigas e incomodar pessoas próximas de si, pelo que o período de nojo necessário não estaria ainda cumprido.

No entanto, ao Expresso, na semana passada, Monteiro dizia ter apenas uma razão para hesitar quanto à filiação: os rumores que corriam e lhe apontavam uma suposta ambição para se candidatar de novo à liderança do CDS. Já então, o antigo presidente dos centristas assumia que votaria nestas eleições no seu ex-partido, mas assegurava não ter "absolutamente planos nenhuns" para avançar com nova candidatura.

Na conferência em que esteve presente, no Porto - mais uma de uma série longa de eventos em que tem marcado presença ao longo dos últimos meses, muitos deles a convite de estruturas locais do CDS ou da JP - Monteiro defendeu aquela que acredita que poderá ser uma causa diferenciadora para o CDS: o não à regionalização (pelo menos nos moldes em que esta tem sido proposta).

A corrente interna Tendência Esperança em Movimento foi a primeira a reagir oficialmente à decisão de Monteiro: em comunicado, saúda o regresso do antigo presidente à sua "casa natural", a que diz "fazer falta", para "resgatar o país do socialismo e das esquerdas radicais".

O regresso do antigo líder marca o fim de um longo período de afastamento - já lá vão 16 anos desde a cisão que levou Monteiro a abandonar o CDS de Paulo Portas. Agora, o assunto poderá tornar-se tema durante o arranque da campanha que levará às legislativas de outubro.

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