Depois da declaração conjunta com o comissário europeu cessante (AQUI), Carlos Moedas, António Costa encontrou-se com a candidata portuguesa, Elisa Ferreira, na residência oficial do primeiro-ministro. Resumindo, houve agradecimentos, reconhecimentos e a convicção do rumo traçado por Ursula von der Leyen.
“Tive o privilégio, ao longo da vida, de trabalhar várias vezes com Elisa Ferreira, no Governo, na Assembleia da República, no Parlamento Europeu; tenho acompanhado a sua carreira e a forma como tem trabalhado ao longo do último ano como vice-governadora do Banco de Portugal”, começou por dizer o primeiro-ministro português.
“É uma mulher que tem larga experiência política em portugal e um grande conhecimento do território, uma vasta experiência europeia, onde contribuiu para desenvolver políticas muito importantes, designadamente na resposta à crise, enquanto coordenador do grupo socialista na comissão de economia do Parlamento Europeu.”
Elisa Ferreira disse estar grata pela confiança de Costa. “Tenho uma longa carreira, é com muito gosto que me apresento como candidata portuguesa ao lugar de comissária. Tenho noção da enorme responsabilidade que isso representa”, começou por dizer a comissária indigitada pelo Governo, que sucede a Carlos Moedas. “É importante este mandato que me foi entregue. O processo ainda não está terminado, ainda vai passar por fases de avaliação, nomeadamente dentro do Parlamento Europeu. Ser a candidata portuguesa é uma enorme honra.”
E rematou: “O que posso garantir não são resultados, porque a situação europeia é complexa e difícil, mas posso comprometer-me que porei toda a minha capacidade, experiência, esforço pessoal ao serviço de uma Europa mais próxima dos cidadãos".
Em resposta aos jornalistas, António Costa referiu-se a Elisa Ferreira, ainda vice do BdP, como “a pessoa certa para a função certa”. A função é ainda uma incógnita, já que há o compromisso de esse anúncio partir da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
“A única coisa que posso dizer”, disse Costa, “é que é uma pasta onde, seguramente, a professora Elisa Ferreira fará um excelente papel e que corresponde ao que são os interesses próprios de Portugal no contexto da União Europeia e ao contributo que podemos dar para à Europa. (...) Os comissario são independentes do país de origem, mas não deixam de ser quem são”.
Questionado sobre a corrida para o cargo com Pedro Marques e a eventual preferência de Ursula von der Leyen, Costa referiu que se trata de um “trabalho conjunto” entre Governo português e a presidente daquela comissão. “Quem indicou Elisa Ferreira foi o Governo português e foi uma escolha inteiramente nacional. Não foi uma escolha alemã. Foi uma escolha do Governo português e estamos muito satisfeitos que a escolha tenha sido bem acolhida.” Carlos Zorrinho, deputado europeu socialista, afirmou à Antena 1 que Elisa Ferreira tinha sido a escolha da presidente da Comissão Europeia.
Quanto a Ursula von der Leyen, Elisa Ferreira revelou que já conversaram duas vezes e que aprecia o rumo traçado. “Ela acredita no que está escrito, naquele projeto, e precisa de ter uma equipa forte e coesa para o levar a cabo. O que estou completamente confortável é com o texto do programa que a comissão vai seguir. Tive duas conversas pessoais e, de facto, confirmei que haveria condições, com uma equipa experiente e qualificada, para darmos um salto positivo na agenda europeia e sairmos de uma certa desorientação, na qual eu acho que a Europa recentemente caiu e que perturba os europeus.”
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