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Marcelo e Ferro Rodrigues: História de uma amizade improvável

Marcelo e Ferro Rodrigues: História de uma amizade improvável

Entraram na política por campos opostos, durante 40 anos mal se cruzaram, mas a ‘geringonça’ tornou-os amigos íntimos. ‘Votam’ um no outro para o topo do Estado. E Costa agradece

Marcelo e Ferro Rodrigues: História de uma amizade improvável

Ângela Silva

Jornalista

Não é todos os dias que quem vai jantar ao Solar dos Presuntos, nas Portas de Santo Antão, em plena baixa de Lisboa, dá de caras com as cúpulas do Estado à volta de uma paella e em amena cavaqueira. Aconteceu a 19 de março deste ano, com os estrangeiros espantados por os seguranças denunciarem quem ia entrando: primeiro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa; depois, o primeiro-ministro, António Costa; e, por fim, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues. A coisa era tão intimista que Ferro trazia a mulher, Filomena Aguilar, Costa chegou acompanhado de Fernanda Tadeu e até a namorada de Marcelo, Rita Cabral, conhecida pelo recato, discrição e aversão a mediatismos, alinhou na paella a seis. Quatro anos de ‘geringonça’ deram para (quase) tudo e o jantar no Solar faz parte deste filme.

Não é coisa pouca. Imaginar o ex-Presidente Cavaco Silva numa jantarada fora dos compromissos oficiais com o ex-primeiro-ministro José Sócrates e a ex-presidente do Parlamento Assunção Esteves cheira a missão impossível, mas a relação de Marcelo com Ferro tornou-se um caso de cumplicidade e amizade improváveis que acabou por ajudar a olear o canal entre os três órgãos de soberania. A tal ponto que, terminada a legislatura, Marcelo Rebelo de Sousa confessa que, sem querer antecipar o resultado das legislativas de outubro, torce para que Ferro Rodrigues continue presidente da Assembleia da República (deixa mesmo perceber que quando se falou de uma disputa entre Ferro e Carlos César para o lugar, ele próprio chegou a falar com António Costa sobre o assunto). E Ferro Rodrigues dá um passo em frente no apoio à reeleição do atual Presidente da República quando, depois de ter dito ao Público que “se fosse hoje, votava nele”, vem agora dizer ao Expresso que “não é se fosse hoje, é se fosse amanhã”, e acrescenta: “Se fosse amanhã não tenho dúvidas nenhumas, o natural é o PS não apresentar candidato” às próximas presidenciais.

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