A nomeação de uma nova administração e "o afastamento de João Rebelo e da sua equipa executiva" da empresa Metro Mondego (MM) são "uma péssima notícia", afirma a concelhia de Coimbra do PSD.
A administração afastada "foi responsável por redefinir a estratégia global com a solução 'metro bus', resolvendo todos os problemas técnicos, burocráticos e financeiros que permitiram relançar o projeto de forma sustentável e credível perante as instâncias nacionais e internacionais", defendem, numa nota enviada esta quinta-feira à agência Lusa, os sociais-democratas.
"O PSD/Coimbra assinala a importância estratégica de três trabalhos finais em curso que ficarão em risco com a equipa frágil e impreparada que agora assume funções", entre os quais "a candidatura a fundos comunitários de todo o projeto ´metro bus' que tem o prazo limite de 02 de dezembro de 2019".
Também "a abertura da Via Central [na Baixa histórica da cidade] e resolução de todos os elementos urbanísticos de inserção na Rua da Sofia, classificada como Património da Humanidade", fica, segundo o PSD, igualmente comprometida, tal como "a otimização técnica e funcional do traçado final com integração num novo plano de mobilidade global de Coimbra e da região".
A MM, cujo principal acionista, com 53% do capital social, é o Estado, elegeu, na quarta-feira, uma nova administração, presidida por João Marrana, ex-administrador delegado dos Transportes Intermodais do Porto.
As câmaras municipais de Coimbra, da Lousã e de Miranda do Corvo, com 14% cada, a REFER e a CP, com 2,5% cada, são os outros acionistas da empresa.
“Colonização das entidades públicas pelo Partido Socialista”
"A nomeação de um novo conselho de administração para a sociedade Metro Mondego corresponde unicamente a um negócio político de colonização das entidades públicas pelo Partido Socialista, com manifesto prejuízo público e sem qualquer estratégia ou ideia conhecida para este projeto de relevante interesse regional", afirma o PSD.
Os sociais-democratas afastam-se "totalmente desta nomeação" e repudiam "o oportunismo pessoal chocante de quem aceitou colaborar neste negócio político", sublinha ainda a Concelhia do PSD/Coimbra, liderada por Nuno Freitas.
O PSD "expressa público agradecimento" a João Rebelo, Leonel Serra e Carlos Ferreira pelo "trabalho realizado, que permite ainda acalentar alguma esperança no 'metro bus' e num novo modelo de mobilidade urbana e regional em Coimbra".
Além de João Marrana, integram a nova administração da MM, Eduardo Barata, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e candidato a deputado por Coimbra nas listas do PS às eleições legislativas de 06 de outubro, e a jurista Paula Pêgo, vereadora do PSD na Câmara de Coimbra, que já integrava, há alguns meses, a anterior gestão.
Luís Antunes, presidente da Câmara da Lousã, foi reconduzido no cargo de presidente da mesa da assembleia geral, órgão cuja vice-presidência é assumida por Miguel Baptista, presidente da Câmara de Miranda do Corvo.
Concluir processos de expropriação é uma prioridade
A conclusão dos processos de expropriação ainda pendentes na Baixa de Coimbra é "uma das tarefas prioritárias do novo conselho de administração", disse, na quarta-feira, à agência Lusa, Luís Antunes.
"Há uma perspetiva de agilização do processo" de resolução de alguns problemas relacionados com imóveis da Baixa de Coimbra -- cuja demolição vai ser necessária para a conclusão da abertura do canal da Linha do Hospital, junto aos Paços do Concelho de Coimbra --, designadamente a nível de "realojamentos e compensações em espécie", acrescentou o presidente da Câmara da Lousã.
Cabe agora ao novo conselho de administração desbloquear a situação desses edifícios, na rua da Sofia, "em articulação com a Secretaria de Estado das Infraestruturas e o Ministério das Finanças", afirmou ainda Luís Antunes, sustentando que "isto é importantíssimo para o projeto na sua globalidade".
Com a eleição dos novos órgãos sociais da MM, salientou ainda o autarca, pretende-se que a sociedade "reforce o seu papel na concretização" do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), que, na atual versão do projeto, assenta numa rede de autocarros elétricos do tipo 'metro bus' -- anteriormente estava prevista a instalação de um metropolitano ligeiro de superfície, igualmente no ramal ferroviário da Lousã (desativado, para isso, há quase uma década) e na cidade de Coimbra.