7 maio 2019 21:29
fernando veludo/lusa
Em entrevista à TVI, o presidente do PSD prometeu rever todas as carreiras da administração pública se for eleito primeiro-ministro e focou as diferenças salariais que existem, por exemplo, entre um juiz no início da profissão e um professor quase no fim da carreira
7 maio 2019 21:29
Rui Rio insistiu esta terça-feira, em entrevista à TVI, que é um “engano completo” a comunicação social ter dito que o partido social-democrata recuou na votação pelo pagamento do tempo integral aos professores. O líder do PSD disse que nunca autorizou que os artigos que viabilizaram, na comissão parlamentar de Educação, esse futuro pagamento, fossem aprovados sem que serem incluídas as cláusulas de responsabilidade financeira para a salvaguarda das contas públicas. Rio afirmou que “há sempre muita confusão” na comissão e sublinhou: “Eu nem deputado sou, muito menos daquela comissão.”
Sobre as razões que o levaram a estar em silêncio nos últimos dias, em vez de resolver a crise política como acabou por fazer domingo, Rui Rio disse que os dias após a polémica foram de “grande turbulência” e que quis falar apenas depois de dissolvida a “grande confusão”. O presidente do PSD denunciou ainda aquilo que considera ser a “manha do dr. Centeno”, que “atirou os 800 milhões de euros para cima da mesa e enganou os portugueses”.
Rio referia-se ao valor, avançado pelo governo, que o Estado terá que suportar se começar a restituir a todas as profissões compensações pelo congelamento das carreiras e disse que esse valor só seria gasto se a reposição contemplasse “tudo, a todos e já”. Além disso, devido às contribuições como o IRS e as contribuições para a aposentação, Rio destacou que os “800 milhões correspondem apenas a 480 milhões líquidos de despesa”, já que o resto é recuperado pelo erário público na forma de impostos.
Para Rio, as contas que Mário Centeno fez são “impossíveis” porque “só à mesa das negociações é que é possível entender quais as opções disponíveis e como fazer essas contas”. O líder do PSD promete rever todas as carreiras se for eleito primeiro-ministro e focou as diferenças salariais que existem, por exemplo, entre um juiz no início da profissão e um professor quase no fim da carreira: o primeiro ganha quase tanto como o segundo.
No fim da entrevista, Rio disse ainda que “não sabe” se apoia ou não a greve que os professores ameaçam realizar, caso se verifique o chumbo da reposição integral do tempo de serviço na votação no parlamento agendada para a próxima semana.