Política

Líder do CDS-PP de Ovar insta Cristas a apresentar moção de confiança ao partido após as europeias

Fernando Camelo de Almeida diz que CDS e PSD erraram ao alinhar com a extrema esquerda na votação da reposição do tempo de serviço dos professores. Líder concelhio teme que a posição inicial de Assunção Cristas, seguido do mea-culpa possa ter prejudicado o partido na corrida às europeias

Líder do CDS-PP de Ovar insta Cristas a apresentar moção de confiança ao partido após as europeias

Isabel Paulo

Jornalista

O presidente da concelhia do CDS-PP de Aveiro defende que a prova de que Assunção Cristas errou, ao alinhar com os partidos que apoiaram a geringonça na questão dos professores, é a posição tomada este domingo pela líder centrista, que afiançou que só aprovará a contagem do tempo de serviço congelado dos docentes se houver crescimento económico, sustentabilidade financeira e avaliação dos professores.

“A prova que andou mal é o reconhecimento do erro, ainda que de forma subtil, por parte de Assunção Cristas”, refere Fernando Camelo de Almeida, que espera que, este domingo, Rui Rio também “descubra algum outro artefacto para remediar o erro cometido”.

Num post publicado ao início da tarde no Facebook, o também deputado municipal da Câmara de Ovar adverte Cristas, “que valoriza tanto moções de censura e de confiança”, a pedir uma moção de confiança ao CDS, a seguir às eleições europeias. “Agora obviamente que não, até porque receio que estes avanços e recuos da direção do partido venham a prejudicar o CDS e em especial Nuno Melo, um excelente candidato ao Parlamento Europeu e uma mais valia para o país”, frisa o dirigente centrista, acrescentando que sabe que “o repto da moção de confiança é incómodo”.

“Em termos político-partidários, só tenho a perder com este desafio, mas compensa largamente em ganho de consciência”, assegura. Fernando Camelo defende que a posição do CDS, PSD, BE e PCP no caso dos professores é de “uma enorme irresponsabilidade do pontos de vista orçamental”, sobretudo por parte de partidos do arco da governação que defenderam o rigor das contas públicas e resgataram o país do caos financeiro.

Ao Expresso, o líder do CDS de Ovar sustenta que preferia ver Assunção Cristas a admitir abertamente o erro, embora garante que “já é um bom sinal que tenho ouvido o partido e os portugueses”. “Alinhar com a esquerda é colocar os funcionários públicos uns contra os outros e esquecer os privados que andaram a pagar a fatura da crise nos tempos da troika”, frisa.

Segundo Fernando Camelo, “há infelizmente um grande descontentamento no interior do partido Assunção Cristas”, depois de vários episódios ”lamentáveis” recentes, como o da polémica em torno da proposta de pintura de passadeiras com as cores do arco-íris, em Lisboa, em homenagem à comunidade LGBTI, que levou Vítor Teles a deixar o CDS na sequência das críticas à proposta.

Outro dos episódios em que critica Cristas é no da escolha dos cabeças-de-lista às legislativas, dando como exemplo de “métodos passadistas” a escolha de Telmo Correia para o circulo de Braga. “É um excelente parlamentar, mas podia ir a votos por Lisboa, que em Braga há muita gente com valor para dar o seu contributo ao país”.

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