Cristas garante que CDS não vai deixar de criticar preços dos combustíveis
Ida de Adolfo Mesquita Nunes para a administração da Galp "de maneira nenhuma" condiciona o CDS sobre a questão da energia e combustíveis
Ida de Adolfo Mesquita Nunes para a administração da Galp "de maneira nenhuma" condiciona o CDS sobre a questão da energia e combustíveis
Jornalista da secção Política
Assunção Cristas garante que o preço dos combustíveis não deixará de ser um dos temas de eleição do CDS pelo facto de Adolfo Mesquita Nunes passar a integrar a administração da Galp. O ainda vice-presidente do CDS vai deixar a direção dos centristas em abril, quando assumir funções como administrador não-executivo da Galp, mas o facto de esta empresa ser um dos grandes players no mercado nacional de combustíveis não irá inibir os centristas. "De maneira nenhuma", assegura Cristas.
"Somos suficientemente maduros do ponto de vista político para sabermos que não só não esse facto não influencia a nossa ação, como se verá que ela se mantém exatamente igual", frisou a líder do CDS.
Os centristas são, tradicionalmente, um dos partidos que mais falam do custo elevado dos combustíveis - já era assim no tempo de Paulo Portas, e continuou com Assunção Cristas. O foco do CDS não costuma ser nas marcas, nem nos distribuidores, mas na carga fiscal e na inacção do regulador do setor dos combustíveis.
Reagindo à carta em que Adolfo Mesquita Nunes formaliza a renúncia ao cargo de vice-presidente do CDS, por considerar que deixará de ter disponibilidade para essas funções quando assumir o lugar de administrador não-executivo da Galp, Cristas lamentou, mas disse compreender as razões do dirigente centrista.
"O Adolfo falou comigo quando recebeu o convite, explicando que a sua opção vida passava, neste momento, por um aprofundamento da parte profissional", explica Cristas, adiantando que tal "não foi uma surpresa".
"Quando o convidei para vice-presidente do CDS, em 2016, ele já tinha deixado claro que a prioridade era a carreira profissional. E, ainda antes de surgir este convite, nesta fase de preparação das listas de deputados, quis reverificar se ele não estaria disponível para voltar ao Parlamento, e ele deixou claro que a aposta é na profissão."
Assunção Cristas admite que esta saída "é uma perda" para a sua direção, "no sentido em que o Adolfo é ótimo e deixa de ser vice-presidente, mas seria mais preocupante se ele não pudesse preparar o programa eleitoral, que é o trabalho mais relevante que ele está a fazer do ponto de vista partidário”, diz Cristas. E essa parte está assegurada: Mesquita Nunes vai continuar a coordenar o grupo que está a preparar o programa para as legislativas. "Foi uma saída conversada entre nós."
Cristas salienta, por outro lado, que o ex-secretário de Estado do Turismo “continua muito comprometido” com esta direção do CDS. "Desde que ele continue disponível para colaborar... fair enough... não posso contestar esta opção de vida."
Para a líder centrista, a opção de Mesquita Nunes não merece as críticas que se têm ouvido, pois é tão legítima como a opção por uma carreira política. "As mesmas pessoas que criticam o carreirismo na política agora criticam quem se afasta para prosseguir uma carreira profissional fora da política", ironiza a presidente do CDS.
"O Adolfo esteve um tempo na política e agora resolveu sair. Será ad eternum? Não sei, veremos."
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