O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, demonstrou esta terça-feira "muita preocupação" sobre as "desproporções" de novas camas para universitários previstas para Lisboa em relação ao Porto e avisou que vai transmitir essa inquietação ao Governo.
"Não se compreendem estas desproporções", sintetizou Rui Moreira, em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de entrega de Medalha de Mérito Cultural ao poeta Fernando Echeverría, que decorreu esta terça-feira na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto.
Esta terça-feira foi publicado em "Diário da República" um decreto-lei com o plano para aumentar o número de camas para estudantes do ensino superior em Portugal que abrange, numa primeira fase, um aumento de 80%, cerca de 12 mil camas, e a requalificação e melhoria de condições de cerca de 3.000 camas já disponíveis.
O plano do Governo, que visa duplicar em dez anos a oferta de alojamento para estudantes, arranca na próxima quarta-feira e inclui, numa primeira fase, a construção, reabilitação e requalificação de mais de 250 imóveis no país, abrangendo mais de 7.500 camas nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto (6.927 novas camas para a Área Metropolitana de Lisboa e 1.650 novas camas para o Norte).
Questionado pelos jornalistas sobre a diferença de camas para universitários afetas a Lisboa e ao Porto e Norte, Rui Moreira garantiu que vai endereçar ao Governo a sua preocupação sobre a desproporcionalidade entre as duas cidades e avisou que pretende falar com a Universidade do Porto, com o Politécnico do Porto e com a Federação Académica do Porto.
"Com certeza não deixaremos de fazer chegar ao Governo a nossa preocupação se se verificar esta assintonia e esta distorção relativamente à Universidade do Porto, à academia do Porto, que é uma das maiores do país", assume.
Rui Moreira assumiu que é uma situação merece "certamente muita preocupação" da parte da autarquia.
"Temos vindo a falar com estes três parceiros relativamente à questão das residências universitárias, aliás prevemos em Serpa Pinto, no quartel de Monte Pedral, dedicar o edifício frontal a residência universitária e pretendemo-lo fazer com um destes parceiros ou com os três. Isso será anunciado nos próximos dias, mas aí estamos apenas a falar em 100 quartos, e é bom referir que isto é um edifício que é da câmara, não é um edifício do Estado", assinalou.
O presidente da Câmara do Porto lamentou o facto de ser ter "assistido nos últimos tempos à venda sucessiva de património do Estado na cidade do Porto", exemplificando com a venda do Quartel de São Brás, que provavelmente poderia servir para camas para camas para universitários.
O diploma para acelerar a construção e requalificação de residências para estudantes do ensino superior foi aprovado a 20 de dezembro, promulgado pelo Presidente da República a 20 de fevereiro e publicado esta terça-feira em "Diário da República", entrando em vigor quarta-feira.
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