Política

Mudança de género. CDS diz que veto de Marcelo pode ser “boa lição” para eutanásia

Mudança de género. CDS diz que veto de Marcelo pode ser “boa lição” para eutanásia
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Centristas “saúdam” decisão de Marcelo, que vetou lei da mudança de género aos 16 anos. Para o CDS, este pode ser um aviso quanto às propostas para legalizar a eutanásia

O CDS considera que o veto do Presidente da República à mudança de género aos 16 anos pode ser um aviso importante para os partidos que querem legislar sobre a eutanásia.

Em declarações ao Expresso pouco depois de ter sido conhecida a decisão do Presidente da República, o líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães, considerou o veto “inevitável” e até “óbvio”. Tudo porque para o partido, que votou contra a lei – aprovada por um Parlamento partido, com 109 votos a favor e 106 contra –, a maioria parlamentar decidiu “contra a opinião das entidades médicas que foram ouvidas”.

A razão dada por Marcelo para travar o diploma foi, precisamente, o facto de o texto não prever “a inclusão de um relatório médico prévio”. Se este ponto for corrigido pelos deputados, o Presidente promulgará a lei, embora esta não vá ao encontro das suas posições pessoais.

Também o CDS concorda com a necessidade de haver um relatório médico que legitime a decisão e acrescenta que também tem dúvidas sobre “a maturidade na idade dos 16 anos”, que constituiria o limiar mínimo para a mudança de género no cartão de cidadão ser permitida.

CDS é único partido contra eutanásia

O líder da bancada do CDS lembra que o Tribunal Constitucional barrou há semanas a lei da procriação medicamente assistida, posição que os centristas também saudaram. E que, face a esta sequência de decisões, “este veto será uma boa lição para o futuro próximo para a maioria de esquerda, que contra os pareceres e opiniões médicas se prepara para legislar sobre a eutanásia”.

A legalização da eutanásia, proposta por PS, BE, PAN e Verdes, será discutida no Parlamento no dia 29 de maio, tendo o CDS sido o único partido a assumir-se, até agora, contra os projetos.

Marcelo Rebelo de Sousa, católico convicto, já veio esclarecer que, caso a legalização da eutanásia passe no Parlamento, não a vetará por razões pessoais. Em entrevista ao Público e à Renascença esta semana, o Presidente explicou qual será o raciocínio: "Se tiver dúvidas de constitucionalidade suscitarei fiscalização preventiva, se não tiver, nem de constitucionalidade nem de natureza política, promulgarei".

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