Sara Madruga da Costa, cabeça de lista do PSD pelo círculo da Madeira nas legislativas de 2015, junta-se ao grupo de sete deputados das ilhas que assumiram que pediram os reembolsos das viagens nos CTT, acumulando assim o subsídio de mobilidade com as ajudas de custo da Assembleia da República. A social-democrata assume que pediu o reembolso algumas vezes, mas promete devolver “por uma questão de consciência”.
Depois de uma semana em silêncio – o Expresso tentou contactar a deputada sem sucesso -, surge agora um comunicado onde Sara Madruga da Costa explica sempre teve dúvidas sobre o acerto de acumular subsídio com as ajudas de custo (a Assembleia paga €500 por semana para viagens de avião em classe económica). “Não tive a prática regular de receber o subsídio de mobilidade de todas as viagens que realizei” e até admite que acumulação seja “eticamente questionável”.
Apesar do PSD ter pedido um parecer à subcomissão de Ética da Assembleia da República para esclarecer o caso, “por uma questão de consciência decidi ainda antes de saber o resultado do parecer devolver as verbas recebidas”. Sara Madruga da Costa acrescenta ainda que esta é uma boa altura para rever a forma como são atribuídas as ajudas de custos aos deputados das ilhas, mas deixa claro que todas as semanas viaja para a Madeira, onde reside de facto, onde vive o marido e a família.
Ao assumir que ir devolver o que recebeu, a deputada do PSD assume também que, durante os quase três anos que leva de mandato usou algumas vezes o subsídio de mobilidade, apoio a que têm todos os residentes na Madeira e nos Açores. Na Madeira, as viagens acima 86 euros (65 para estudantes) são reembolsadas nos CTT até ao limite máximo de 400; nos Açores é acima de 134 (99 para estudantes) sem limite máximo. Numa investigação do Expresso, sete deputados das ilhas, incluindo Carlos César líder parlamentar do OS, assumiram que acumulavam ajudas de custo e subsídio de mobilidade.
Sara Madruga da Costa integrava até este comunicado o grupo de deputados do PSD eleitos pelas ilhas que tinha optado pelo silêncio. Não respondeu a mensagens, nem atendeu o telefone tal como Berta Cabral, também do PSD, mas eleita pelo círculo dos Açores.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt