Quase um mês depois do acontecimento, o PCP emite a sua posição oficial sobre aquilo que classifica como "incidente" ocorrido no Reino Unido e que envolveu "um agente britânico e a sua filha, cidadã russa". Num breve comunicado do gabinete de imprensa do PCP, não há qualquer referência ao facto de se tratar de um ex-espião russo, nem ao facto de Sergei Skripal e a filha se encontrarem no hospital com prognóstico mais do que reservado.
Estando ainda "por esclarecer as circunstâncias" em que ocorreu este "incidente, nomeadamente em torno da substância utilizada e a sua origem", "o Governo britânico atribuiu a sua autoria à Federação Russa", diz o PCP. "A Federação Russa negou quaisquer responsabilidades nesse incidente e expressou a sua disponibilidade e interesse em colaborar com as autoridades do Reino Unido", prosseguem, sublinhando que tal não impediu a expulsão de diplomatas russos "por alguns países e pela NATO".
Os comunistas acham que "no quadro da saída do Reino Unido da UE", a situação internacional está a ser marcada por "uma escalada de tensão e confronto levada a cabo pelos EUA e seus aliados", o que representa uma "séria ameaça à paz e à seguranças mundiais". Apelam ao Governo para "garantir que o País não se associa" a este tipo de escalada e prossiga "um caminho que assegure a paz e a cooperação entre os povos".
Sem dizer se concorda ou não com a atitude tomada pelo responsável pela diplomacia portuguesa (que mandou, esta semana, chamar o embaixador de Portugal em Moscovo), o PCP diz que se "impõe o cabal esclarecimento do incidente ocorrido em Salisbury" em vez de "declarações e decisões que não assentes em provas e factos concretos visam apenas alimentar uma lógica de confrontação internacional de consequências imprevisíveis".
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