Política

Valente de Oliveira elogia António Costa

Valente de Oliveira elogia António Costa
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Foi ministro cinco vezes e, embora diga ser um social-democrata por natureza, Luís Valente de Oliveira abandonou o PSD e diz que não volta enquanto o partido não mudar. Aos 80 anos e um defensor claro da regionalização, garante que a mudança na estrutura política do país não teria evitado os incêndios de Pedrógão e Oliveira do Hospital e elogia a atuação do primeiro-ministro perante as tragédias dos fogos deste ano

"A regionalização não teria evitado nem Pedrógão nem Oliveira do Hospital", afirma Luís Valente de Oliveira em entrevista ao "Jornal de Notícias" neste domingo. Mas, se para o ex-ministro de pastas como o Planeamento e a Administração do Território, Obras Públicas, Transportes e Habitação e a Educação, a descentralização não teria evitado as tragédias, pelo menos "teriam tido mais agentes preocupados com os problemas de desenvolvimento".

Aos 80 anos, académico e um dos políticos que mais cargos governativos terá ocupado, elogia o desempenho do primeiro-ministro perante as crises associadas aos incêndios deste ano. "Mostrou coragem e determinação. Imagino que tenha ficado surpreendido com lacunas de funcionamento de muitos órgãos", refere Valente de Oliveira, afirmando ainda que António Costa é "tranquilizador, uma pessoa pacificadora, serena, o que é importante nestas coisas". E, embora não dê nomes aos visados, diz também que "houve muitos responsáveis pelo caminho que não estiveram à altura das suas responsabilidades". A entrevista não aborda, contudo, a opinião do ex-ministro sobre a atuação do Presidente da República face aos mesmos episódios.

Questionado sobre os dois anos do atual Governo, Valente de Oliveira sublinha a falta de estabilidade da solução encontrada: "Esta não é uma solução estável. A estabilidade é um bem precioso e devemos caminhar nesse sentido." Assume ainda que a coligação entre o PS, Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português, abriu a porta a corporativismos, com destaque, afirma, para o setor da Educação.

Quanto ao PSD, recusa-se a comentar, dizendo apenas que custou a sua desfiliação e que que "enquanto não houver uma outra solução, está fora de causa" o seu regresso ao partido.

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