Política

PS diz que Governo encontrará alternativa se TSU for chumbada, PSD reitera voto contra

PS diz que Governo encontrará alternativa se TSU for chumbada, PSD reitera voto contra
Marcos Borga

Carlos César rejeita que as iniciativas de PCP e BE possam pôr em causa a estabilidade governativa, salientando que as suas posições sobre estas matérias já eram conhecidas

O PS garantiu esta quarta-feirta que, se a descida da Taxa Social Única (TSU) for ‘chumbada’, o Governo honrará “dessa ou doutra forma” o que acordou na concertação social, enquanto o PSD reiterou a rejeição da medida.

No final da conferência de líderes, que agendou para 3 de fevereiro o debate e votação das apreciações parlamentares de BE e PCP que pedem a cessação de vigência da descida da TSU para os empregadores em 1,75 pontos percentuais, o líder parlamentar socialista voltou a criticar o que disse ser uma mudança de posição do PSD, mas afirmou que haverá uma alternativa, caso a TSU seja chumbada.

“Há um dado que devemos salvaguardar perante os portugueses: o Governo, com o apoio do PS, celebrou um acordo de concertação social, esse compromisso deve ser honrado, dessa ou doutra forma e esse acordo deve ser garantido e assegurada a sua continuidade”, afirmou.

Questionado sobre qual poderá ser essa alternativa, César remeteu esse detalhe para o Governo: “Se esta via for obstaculizada por ação do parlamento, o Governo deve encontrar outra que honre o acordo que fez”.

Já o PSD reiterou que irá votar ao lado de PCP e BE para fazer cair a redução da TSU, que entrará em vigor a 1 de fevereiro.

“A posição do PSD é muito clara, não concordamos com a substância da medida e já explicámos porquê. Do ponto de vista político, também é muito claro que quem jurou ao país que tinha uma maioria parlamentar que lhe permitia governar derrubando o Governo que saiu das eleições, não pode agora querer que seja o PSD muleta da governação. Portanto, votaremos a cessação de vigência daquele decreto”, afirmou o vice-presidente da bancada do PSD Hugo Soares, em declarações aos jornalistas no final da conferência de líderes parlamentares.

Questionado se o PSD tenciona apresentar também uma apreciação parlamentar do diploma, Hugo Soares afastou essa possibilidade: “As apreciações parlamentares já estão apresentadas, é o suficiente para que o diploma caia também com o nosso voto”.

Carlos César rejeitou que as iniciativas de PCP e BE possam pôr em causa a estabilidade governativa, salientando que as suas posições sobre estas matérias já eram conhecidas.

“O que é estranho neste contexto é o PSD, que já usou a medida em circunstâncias semelhantes, só por razões de negócios interpartidários e jogadas políticas altere a sua posição”, disse.

Pelo Bloco de Esquerda, o líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, admitiu que haverá um hiato entre a entrada em vigor do diploma – 1 de fevereiro – e a sua previsível eliminação, mas afirmou que o agendamento deste debate ocorre no primeiro momento possível, uma vez que a agenda parlamentar já estava fixada par aos próximos quinze dias.

Além das apreciações já conhecidas de BE e PCP, Pedro Filipe Soares desafiou todos os partidos que discordem da redução da TSU a apresentarem iniciativas semelhantes.

“Votaremos a favor de qualquer projeto de cessação de vigência que tenha por objetivo acabar com este desconto aos patrões”, afirmou.

Também o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, disse esperar “que do resultado do debate surja a revogação do decreto-lei da TSU”.

“A partir do momento em que já há possibilidade de fazer novos agendamentos, haverá essa discussão com votação no mesmo dia”, referiu.

Pelo CDS, o líder parlamentar Nuno Magalhães reiterou que o partido apresentará propostas próprias sobre a TSU, mas não durante o debate das apreciações parlamentares a 3 de fevereiro.

“Até à votação haverá vigência do decreto, a partir daí entraremos em vazio legal (…) Esse vazio não é benéfico, por isso apresentaremos propostas de não deixar cair as empresas, as IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) e a concertação social”, afirmou.

Durante o debate quinzenal, na terça-feira, a líder do CDS Assunção Cristas, anunciou que o partido proporá a manutenção da redução da TSU dos empregadores em 0,75 pontos percentuais, exclusivamente financiada pelo Orçamento.

A redução da TSU dos empregadores em 1,75 pontos percentuais foi aprovada em sede de concertação social em dezembro entre o Governo e os parceiros sociais – à exceção da CGTP – a par do aumento do salário mínimo nacional de 530 para 557 euros, que já está em vigor.

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