Recordando o antigo Presidente da República, falecido este sábado aos 92 anos, “como o pai da democracia portuguesa antes e após o 25 de Abril” e “o pai do reencontro de Portugal com a sua História”, o ministro dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva disse que a “lição” que Soares nos ensinou foi a de que “todos somos necessários”. “Devemos trabalhar em função do que acreditamos ser o melhor para o nosso país e a Europa e nunca ceder em relação a valores que consideramos fundamentais”.
O ministro socialista disse que a melhor maneira de preservar a memória de Mário Soares é “continuarmos todos a lutar por aquilo em que acreditamos”. “Todos acreditamos em coisas diferentes e, por isso, eu hoje nem queria lembrar o Mário Soares socialista, mas sim o português e o democrata”, confessou.
Augusto Santos Silva sublinhou ainda “o combate de Mário Soares pelos direitos das pessoas, nomeadamente os direitos económicos, sociais e culturais, e luta por outras liberdades fundamentais”. “Soares sempre foi um rebelde, cheio de energia, novo e jovem até ao fim”, disse.
Questionado sobre a decisão do primeiro-ministro António Costa de não cancelar a visita de estado a Nova Deli, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse que “se Mário Soares soubesse, ficaria contente com essa decisão, pois sempre colocou o interesse do Estado acima de qualquer outro”.
“Estamos a iniciar uma visIta de Estado que é muito importante, que tem momentos políticos que são determinantes e julgo que faz sentido”, afirmou, recordando que quando Soares foi ministro dos Negócios Estrangeiros participou no restabelecimento das relações diplomáticas com a Índia. “Portanto, julgo que ele se sentiria perfeitamente à vontade.”
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