Presidente da República e primeiro-ministro esperam sensibilizar o presidente do BCE para a especificidade da relação Portugal/Angola e para os riscos para a economia portuguesa de uma excessiva "espanholização" do sistema financeiro.
Ao que o Expresso apurou, o tema será abordado no almoço entre Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa, Carlos Costa, Mário Centeno e Mario Draghi, que acontecerá imediatamente antes da reunião do Conselho de Estado, esta quinta-feira, em Belém.
A três dias de terminar o prazo imposto pelo BCE para o BPI reduzir a sua exposição a Angola, situação que, não sendo resolvida a tempo, implicará a aplicação de multas ao banco português, Presidente, primeiro-ministro e Governador do Banco de Portugal assumem perante Draghi ter claras reservas à excessiva "espanholização" do sistema financeiro.
Oficialmente, a intervenção de Mario Draghi, após o almoço, na reunião do Conselho de Estado, será sobre temas macro - "a situação económica e financeira europeia". Mas fontes daquele órgão antecipam que as perguntas dos conselheiros ao presidente do BCE possam "descer para questões micro", nomeadamente as relacionadas com a banca portuguesa.
Na terça-feira, o próprio Marcelo Rebelo de Sousa afirmou, numa antecipação da reunião em Belém, que "é bom que o Presidente do Banco Central Europeu tenha a noção exata daquilo que se passa em Portugal".
A reunião do Conselho de Estado tem início marcado para as 15h. Previsivelmente, antecipa-se em Belém, deverá estar concluída pelas 21h.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: AVSilva@expresso.impresa.pt