Política

Costa acusa Passos de ter enganado Bruxelas

Costa acusa Passos de ter enganado Bruxelas
Luís Barra

Em causa estão medidas que, segundo Costa, Passos apresentou em Bruxelas como sendo definitivas e não temporárias

Costa acusa Passos de ter enganado Bruxelas

Liliana Coelho

Jornalista

A troca de acusações sobre a credibilidade foi constante no debate quinzenal desta sexta-feira. Passos Coelho afirmou que as contas inscritas no esboço do Orçamento do Estado (OE) para 2016 estão mal calculadas, acusando Mário Centeno de falta de credibilidade. O primeiro-ministro desde logo rebateu as acusações e devolveu-as ao anterior chefe do Governo.

António Costa alegou que a falta de credibilidade diz respeito a Passos Coelho, uma vez que o anterior Governo induziu Bruxelas em erro ao dar a entender que medidas como a sobretaxa e os cortes de vencimentos seriam definitivas e não temporárias.

“A confusão resulta pelo facto de a Comissão Europeia ter sido convencida por alguém que medidas que eram temporárias afinal eram definitivas“, começou por dizer Costa, dirigindo-se a Passos. “Quando o senhor deputado disse que a sobretaxa era temporária, nós confiámos em si e não alterámos essa posição. Quando disse que os cortes de vencimentos eram temporários, confiámos em si e não pusemos em causa a sua palavra. O senhor deputado há de perceber que o que está em causa nestas discussões técnicas não é a nossa credibilidade - é a sua credibilidade e as palavras que disse aos portugueses e à União Europeia.”

E Costa prosseguiu. “Senhor deputado Pedro Passos Coelho, com toda a cordialidade, convido-o a vir para o presente, porque no presente é muito bem recebido. E no presente encontrará um largo futuro. Não fique prisioneiro do passado, porque esta é a altura de virar a página relativamente ao passado”, respondeu Costa.

O primeiro-ministro garantiu ainda que as estimativas inscritas no esboço do orçamento são “realistas”, realçando que o documento assenta em mudanças de política que asseguram o crescimento económico, a criação de emprego, a proteção social e simultaneamante a redução do défice e da dívida.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: lpcoelho@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate