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Que voz é esta?

“Quando foi diagnosticada esquizofrenia à minha filha, procurei apoio desesperadamente, mas não a aceitaram em lado nenhum”

Fernanda Lobo, mãe de uma pessoa com esquizofrenia
Fernanda Lobo, mãe de uma pessoa com esquizofrenia
TOMÁS ALMEIDA

Os familiares de pessoas com doença mental também adoecem. Têm muitas vezes de abdicar totalmente da sua vida para cuidar, sentem-se “desesperados” e, ao mesmo tempo, "culpados". Há falta de respostas e o apoio prometido pelo Governo ainda não se concretizou. “É uma pena que Portugal esteja a desperdiçar as verbas que solicitou para a reforma da saúde mental.” Oiça aqui o mais recente episódio do podcast "Que Voz é Esta?", com a participação de Fernanda Lobo e Joaquina Castelão, familiares de pessoas com doença mental

“Quando foi diagnosticada esquizofrenia à minha filha, procurei apoio desesperadamente, mas não a aceitaram em lado nenhum”

Helena Bento

Jornalista

“Quando foi diagnosticada esquizofrenia à minha filha, procurei apoio desesperadamente, mas não a aceitaram em lado nenhum”

Salomé Rita

Sonoplasta

Tanto Fernanda Lobo como Joaquina Castelão confrontaram-se com o mesmo problema quando, há vários anos, procuraram apoio especializado para a filha e a irmã, respetivamente, ambas com doença mental grave: a falta de respostas nos serviços de saúde. "Quando foi diagnosticada esquizofrenia à minha filha, comecei uma busca desesperada por apoio, mas não consegui encontrar nada. Não sabia o que fazer para que ela se sentisse melhor. Tentava sair de casa com ela e fazer atividades que antes lhe davam prazer, mas ela não se sentia bem em lado nenhum", conta Fernanda Lobo, 78 anos e residente em Lisboa.

A filha, que tem agora 52 anos, chegou a ser internada mais do que uma vez numa clínica privada, mas esses internamentos em nada alteraram o seu estado de saúde. "Não havia quaisquer melhorias. Ela voltava para casa sem perspetivas de reabilitação e muito medicada, quase em estado 'zombie'." Regressava sempre muito agitada, contente por estar em casa, mas, ao mesmo tempo, incapaz de ali permanecer. Fernanda Lobo chegou ao ponto de ter de fechar a porta de casa à chave e "esconder todos os garfos e facas", para evitar que a filha colocasse a vida em risco.

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