Liberdade para Pensar

1991: o que é que Cavaco tem?

No podcast Liberdade Para Pensar, fala-se de Cavaco Silva. Não do livro com que o ex-Presidente voltou a desaustinar a esquerda, mas da maioria absolutíssima com que em 1991 bisou mais de 50% em eleições legislativas para um partido só. Lourenço Pereira Coutinho e Sebastião Bugalho são os convidados de Ângela Silva. Ouça aqui a conversa

1991: o que é que Cavaco tem?

Ângela Silva

Jornalista

1991: o que é que Cavaco tem?

João Martins

Sonoplastia

NUNO BOTELHO

Convidámos Lourenço Pereira Coutinho, colunista do Expresso, que tinha 18 anos em 91 e há fortes possibilidades de ter votado Cavaco. E Sebastião Bugalho, que em 91 ainda não tinha nascido, cujos pais escreviam no Independente que semanalmente destruía o cavaquismo, mas que mal começou a gostar de política leu tudo sobre Cavaco, escreve sobre ele e percebe porque é que ele preenche um vazio à direita.

A conversa também inclui Mário Soares, que neste ano foi reeleito Presidente da República e viveu as agruras da coabitação com um Governo maioritário. As mesmas que hoje se repetem com Marcelo e Costa. Pereira Coutinho não encontra problemas no sistema político português, mas Bugalho antecipa um debate inevitável sobre o papel do Presidente num sistema que lhe dá poderes máximos mas que o deixa semi-bloqueado sempre que a divergência se instala com o poder executivo.

Mário Henriques

1991 ficaria ainda marcado pelas guerras políticas em torno da atribuição de um canal de televisão à Igreja Católica. Pela saída de Azeredo Perdigão da liderança da Gulbenkian. E pela polémica do recém criado BCP, que não empregava mulheres. A 1 de junho, Jardim Gonçalves, presidente do banco, dizia ao Expresso: "Não discriminamos as senhoras... mas também não estamos a ver quantos deficientes,
quantos negros, quantos brancos ou quantas mulheres temos". Uma blasfémia, 32 anos depois.

Outra entrevista deu brado nas páginas do Expresso. Chocado com a exibição na RTP do Império dos Sentidos de Nagisa Oshima, o bispo de Braga, Eurico Dias Nogueira dava-nos este título: "Aprendi mais em meia hora do que em 67 anos de vida".

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: AVSilva@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate