Liberdade em Hong Kong

“Foi muito intimidante”: um desaparecimento, acusações de tortura e a proximidade do regime

Simon Cheng e Carmen Lau já não vivem na região administrativa especial. O antigo funcionário do consulado do Reino Unido em Hong Kong alega ter sido torturado pelas autoridades chinesas, ao passo que a ex-vereadora distrital decidiu sair depois de avaliar os riscos que corria em Hong Kong. Ambos escolheram o Reino Unido como destino final. Sentem-se seguros? Oiça aqui o quarto episódio do podcast “Liberdade em Hong Kong”

“Foi muito intimidante”: um desaparecimento, acusações de tortura e a proximidade do regime

Salomé Fernandes

Jornalista da secção internacional

“Foi muito intimidante”: um desaparecimento, acusações de tortura e a proximidade do regime

Tiago Pereira Santos

Coordenador de Arte Digital e Vídeo

Como em quase todas as histórias, a que é contada neste episódio tem duas versões. Simon Cheng, antigo funcionário do consulado do Reino Unido em Hong Kong, alega ter sido torturado pelas autoridades chinesas. Agora ativista, diz neste episódio que foi interrogado pela polícia política, forçado a fazer exercícios físicos de forma contínua ao longo de horas e apelidado de traidor. Já o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês assegura que a polícia garantiu todos os direitos legais de Cheng enquanto esteve detido.

Depois de ter sido capturado pela polícia de Shenzhen, Simon Cheng acabou por sair de Hong Kong e receber asilo no Reino Unido. Mais tarde, o país viria a lançar um visto especial para cidadãos britânicos ultramarinos, abrindo as portas a que mais pessoas pudessem viver e trabalhar no país até cinco anos. Foi também este o destino escolhido por Carmen Lau, ex-vereadora distrital, que decidiu sair de Hong Kong depois de avaliar a sua segurança pessoal e os riscos que corria.

Vernon Yuen/NurPhoto

A transferência de soberania de Hong Kong resultou de um acordo entre o Reino Unido e a China, uma declaração conjunta que deixou por escrito que durante 50 anos direitos como liberdade de expressão e de imprensa continuavam a ser protegidos. Anos depois, o tom passou de positivo a acusações de que ambas as partes infringiram este acordo.

Apesar da distância geográfica e política que separa os dois países, os dois ativistas ouvidos neste episódio relatam os receios que persistem à distância. “Preocupas-te com a tua própria segurança, a segurança dos teus amigos, e não é fácil voltar à normalidade”, descreveu Simon Cheng.

Tiago Pereira Santos com fotografia de Stanislav Kogiku

Liberdade em Hong Kong é um podcast de Salomé Fernandes, com sonoplastia e música original de João Luís Amorim. A capa é de Tiago Pereira Santos com fotografia de Stanislav Kogiku.

Dobragens de Claudia Monarca, Diogo Cavaleiro, João Carlos Santos, João Diogo Correia, João Miguel Salvador, Joana Pereira Bastos, Marta Gonçalves, Martim Silva, Pedro Candeias, Pedro Miguel Coelho e Teresa Amaro Ribeiro. Título e créditos pela voz de José Valdeira. Apoio à edição áudio de Salomé Rita e apoio à produção de Marta Gonçalves. A coordenação editorial esteve a cargo de Pedro Cordeiro e Joana Beleza. Direção de João Vieira Pereira.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: jlamorim@expresso.impresa.pt

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