Brasileiros, que tal?

Fábio Porchat: “Os bolsonaristas são barulhentos, agressivos, malucos, têm posse de arma, mas o Brasil é muito maior”

Fábio Porchat: “Os bolsonaristas são barulhentos, agressivos, malucos, têm posse de arma, mas o Brasil é muito maior”
Pedro Loureiro/Getty

Apesar do momento crítico, o humorista e guionista Fábio Porchat não se nega a encarar de frente - e sem travões na língua - a sociedade e a política brasileiras a quatro dias das eleições presidenciais. Assume que já foi prejudicado por defender posições contrárias às do governo, mas diz que a responsabilidade cidadã de divulgar a verdade e a democracia devem falar mais alto. Oiça o último episódio do podcast Brasileiros, Que Tal? da autoria da jornalista Christiana Martins

Carioca, 39 anos, a lista de atividade de sucesso de Fábio Porchat é enorme: ator, guionista, produtor, realizador, apresentador de programas televisivos, co-fundador do coletivo de humor Porta dos Fundos, programa que o tornou conhecido dos portugueses, Porchat é considerado um dos comediantes mais prestigiados do Brasil.

Cruzou o nosso país, de Miranda do Douro ao Algarve, para preparar a série “Viagem a Portugal”, em que recupera a obra de José Saramago com o mesmo nome. Muito à vontade deste lado do Atlântico, Porchat arrancará 2023 com um programa de entrevistas na RTP.

Mas antes do trabalho está a cidadania, diz, e, em conversa com o Expresso no último episódio do podcast “Brasileiros, que tal?”, enfrenta os problemas do país e mostra-se otimista quanto ao futuro.

Fábio Porchat diz que “os bolsonaristas são barulhentos, agressivos, malucos, têm posse de arma”, mas acredita que “o Brasil é muito maior”. Por isso diz que nas eleições “vai dar tudo certo”. Mas, assume, os brasileiros ainda vão ter de ultrapassar “três meses muito chatos” depois de outubro, até que a reconciliação entre os opositores políticos seja possível.

Tiago Pereira Santos

No Brasil, Fábio Porchat tem um programa televisivo em que pergunta aos entrevistados quais as suas primeiras lembranças e o que gostariam de ver escrito nas suas lápides. Questionado pelo Expresso sobre qual poderia ser a resposta, caso o entrevistado fosse o próprio Brasil, Porchat acredita que a memória mais antiga do país seria "a das pessoas vivendo em paz e harmonia num espaço grande”, lembrando os povos indígenas. E quanto à inscrição na lápide, o humorista é mais ácido: “O Brasil ia dizer ‘aqui jaz um país que tinha tudo para ser o primeiro mas que o brasileiro em momento nenhum o deixou ser’”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: CAMartins@expresso.impresa.pt

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