Orçamento do Estado

Governo revê inflação em alta: espera 3,7% este ano

Governo revê inflação em alta: espera 3,7% este ano

O Ministério das Finanças voltou a rever em alta a sua projeção para a inflação média anual em Portugal este ano. Valor na proposta do Orçamento fica 0,8 pontos percentuais acima do avançado há pouco mais de duas semanas

No espaço de pouco mais de duas semanas, o Governo subiu em 0,8 pontos percentuais a sua projeção para a inflação média anual em Portugal este ano. A proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), apresentada esta quarta-feira pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, aponta para 3,7% tendo como referência o Índice de Preços no Consumidor (IPC). No Programa de Estabilidade 2022-2026, entregue no final de março ainda pela anterior equipa das Finanças, liderada por João Leão, esse valor era de 2,9%.

Mais ainda, em outubro do ano passado, na proposta inicial do orçamento para 2022, que foi chumbada no Parlamento, o cenário traçado pelo Executivo era de uma inflação de 0,9% em 2022, usando como referência o IPC.

Caso o indicador usado para medir a inflação seja o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) - a referência na zona euro - a projeção do Governo para a média anual este ano é de 4%. Este valor compara com os 3,3% inscritos no Programa de Estabilidade e com os 0,9% previstos na proposta inicial do orçamento para este ano.

Recorde-se que esta projeção de 4% fica em linha com o valor antecipado pelo Banco de Portugal para a variação média anual do IHPC. Contudo, o banco central admite, num cenário adverso com maior impacto da guerra na Ucrânia, que esse valor possa chegar aos 5,9% este ano.

"Em termos de inflação, prevê-se uma aceleração, de 1,3% em 2021 para 3,7% em 2022, no caso do Índice de Preços no Consumidor, e de 0,9% para 4% no caso do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor. Estas estimativas têm subjacentes níveis de inflação mais altos durante o primeiro semestre, desacelerando no segundo semestre de 2022", lê-se na proposta do OE2022.

No documento, o MInistério das Finanças destaca que "esta inflação é vista como transitória, em linha com as projeções do banco de Portugal e as estimativas do BCE para a área do euro". E reforça: "O aumento da inflação em 2022 reflete essencialmente a subida do preço das matérias-primas, em particular as energéticas, e constrangimentos nas cadeias de abastecimento globais. É esperado que estes efeitos se dissipem a partir do final do ano".

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